Publicado 24/11/2023 16:18
Guapimirim – O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) negou por duas vezes, neste mês de novembro, pedidos de relaxamento da prisão do blogueiro Igor Patrick de Souza, de 29 anos, acusado de extorquir políticos. O primeiro indeferimento foi assinado pelo juiz auxiliar Richard Robert Fairclough, da Central de Processamento Criminal, no último dia 6 de novembro. O segundo, pelo desembargador Flávio Macedo de Azevedo Horta Fernandes, da 2ª Câmara Criminal, que é o relator do caso, na última terça-feira (21), em resposta ao habeas corpus impetrado pelos advogados de defesa do réu.
De acordo com a primeira decisão, “a medida cautelar deferida revela-se necessária e adequada para resguardar a instrução criminal, assegurar a ordem pública, evitando a continuidade ou prática de novas e eventuais infrações penais, bem como garantir a aplicação da lei penal, observada a gravidade dos fatos imputados, suas circunstâncias e condições pessoais dos acusados”.
A corte fluminense justifica que “até o momento não sobreveio fato novo capaz de afastar a imprescindibilidade da custódia cautelar do réu Igor Patrick de Souza”.
Em agosto deste ano, os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do TJRJ haviam negado por unanimidade um pedido de habeas corpus protocolizado pela defesa de Igor Patrick. Os magistrados consideram “imprescindível” mantê-lo sob prisão preventiva para não comprometer as investigações nem que ele volte a repetir os delitos nos quais foi denunciado.
Uma eventual soltura do réu poderia fazer com que ele sumisse novamente. Em dezembro de 2020, dias antes de ser alvo de uma operação de captura, ele fugiu e ficou foragido por meses até que sua ordem de prisão fosse revogada. Mesmo sabendo que era procurado pela polícia, isso não o intimidou de usar as redes sociais para atacar as vítimas de suas supostas chantagens e extorsões.
Igor Patrick foi preso em junho passado, acusado de chefiar uma organização criminosa, desde 2017, para chantagear e extorquir políticos e empresários da Baixada Fluminense e da Baixada Litorânea por meio de “fake news”. Morador de Duque de Caxias, ele foi denunciado por falsidade ideológica, uso de documento falso, crime contra a fé pública, crime contra a administração pública e de comunicação falsa de crime. A prisão foi requerida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). O caso é investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
Entre as vítimas de Igor Patrick vale citar: a prefeita de Guapimirim, Marina Rocha (PMB-RJ), deputado federal pelo Rio de Janeiro Áureo Lídio (SDD-RJ) e os ex-prefeitos de Magé Rafael de Souza, o “Tubarão”, e de Duque de Caxias Washington Reis (MDB-RJ), atualmente secretário estadual de Transporte e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro.
Respondem como supostos comparsas de Igor Patrick na organização criminosa: Felipe Dias Dodó, Andressa Aline Pimentel de Carvalho, Rodrigo Menezes de Vasconcellos, Danyella Jesus da Silva e Sinaria de Carvalho da Silva.
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