Igor PatrickFoto: Divulgação

Guapimirim – O blogueiro e empresário Igor Patrick de Souza, de 29 anos, morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi preso no último dia 13 de junho, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, por policiais civis da Delegacia de Atendimento Policial do Aeroporto Internacional do Rio Janeiro (Dairj). Ele é investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e acusado de chefiar uma organização criminosa, desde 2017, para extorquir políticos e empresários da Baixada Fluminense e da Baixada Litorânea por meio de “fake news”.
A prisão foi requerida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), no último dia 2 de junho, como forma de fazer o réu parar de praticar delitos. Igor Patrick também é denunciado por falsidade ideológica, uso de documento falso, crime contra a fé pública, crime contra a administração pública e de comunicação falsa de crime.
Em 13 de junho, ele foi levado para o Presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. No dia 20 do mesmo mês, uma semana após, foi transferido para o Presídio Tiago Teles de Castro Domingues, no município de São Gonçalo.
No último dia 26 de junho, o desembargador José Acir Lessa Giordani, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), negou pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados de Igor Patrick para que fosse solto.
Segundo as investigações, Igor Patrick criava notícias falsas contra empresários e políticos da região, fingindo fazer jornalismo investigativo, ao denunciar supostos problemas em hospitais e outros órgãos públicos por meio das redes sociais de suas empresas.
Ele utilizava suas empresas para, supostamente, lavar o dinheiro obtido por meio de extorsão, ao fingir marketing político ou assessoria de comunicação para seus supostos clientes.
Consta nos autos do processo que Igor Patrick fez uso de documento falso nas dependências do DRCI na Cidade da Polícia, no bairro Jacaré, Zona Norte do Rio, em 29 de março de 2019.
Também consta nos autos processuais que Igor Patrick e um de seus comparsas “inseriram declaração falsa, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente importante” no dia 4 de outubro de 2018.
Ademais de Igor Patrick, o MPRJ requereu a prisão de Felipe Dias Dodó, Andressa Aline Pimentel de Carvalho, Rodrigo Menezes de Vasconcelos e de Danyella Jesus da Silva. Todos são acusados de integrar uma mesma organização criminosa para chantagear e extorquir pessoas públicas.
Nas redes sociais, Igor Patrick gostava de ostentar, ao exibir carros e artigos de luxo, jantares em restaurantes caros, viagens para o exterior e visita a cassinos como o de Buenos Aires, na Argentina, por exemplo.
Vítimas de Igor Patrick
Igor Patrick não só criava os boatos contra suas vítimas como também tentou interferir no processo eleitoral. Em 27 de abril de 2020, por exemplo, ano de eleições municipais e durante a pandemia de coronavírus (covid-19), ele invadiu a casa da então deputada estadual pelo Rio de Janeiro Marina Rocha (PMB-RJ), em Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, ao pular o muro para tentar fotografá-la durante uma reunião com familiares por seu aniversário. Na época, sabia-se que ela pretendia concorrer à prefeita. Ele foi surpreendido por seguranças e levado para a 67ª DP (Guapimirim).
Além disso, naquele período pandêmico, somente veículos com placa de Guapimirim ou autorizado por moradores poderiam adentrar na cidade. Mas, curiosamente, o blogueiro tinha um adesivo – fornecido pela prefeitura aos moradores – fixado no para-brisa do veículo utilizado por ele e outros três integrantes do bando. O carro era alugado e tinha placa de Minas Gerais.
Alguns meses atrás, Igor Patrick tentou constranger o vereador de Guapimirim Marlon do Modelo (PMB-RJ), irmão da prefeita Marina Rocha (PMB-RJ), durante uma sessão na Câmara Municipal.
Outros políticos também foram vítimas de chantagem e/ou tentativa de extorsão por parte de Igor Patrick e sua organização criminosa, entre eles: os ex-prefeitos de Magé Rafael de Souza – Tubarão – e de Duque de Caxias Washington Reis (MDB-RJ), além do deputado federal pelo Rio de Janeiro Áureo Lídio (SDD-RJ).
Em junho de 2020, o então prefeito de Magé, Rafael Tubarão, acusou Igor Patrick de extorsão e de supostamente pedir dinheiro para atacar adversários políticos. No suposto áudio do blogueiro, ele teria contado que trabalhava com 12 prefeituras fluminenses.
Em dezembro de 2020, a Polícia Civil, em cumprimento de mandado judicial, fez uma operação para prender Igor Patrick e alguns réus, mas ele não foi localizado e ficou meses foragido até que a ordem de captura foi revogada.