O Qdenga é aplicado em duas doses no intervalo de três mesesFoto: Takeda - Divulgação
Publicado 26/01/2024 09:33
Guapimirim – O município de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, não foi incluído na primeira etapa de vacinação contra a dengue no Brasil, que terá início a partir de fevereiro deste ano e será focada em pessoas entre 10 e 14 anos.
A imunização contra a doença por parte da rede pública de saúde é inédita no país. A primeira etapa será realizada em 521 municípios distribuídos em 16 estados mais o Distrito Federal. Em território fluminense, ocorrerá na Região Metropolitana I, formada por Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São João de Meriti e Seropédica.
Para essa primeira fase, o Ministério da Saúde levou em consideração os elevados números de casos registrados entre 2023 e 2024 com a predominância endêmica do sorotipo DENV-2, as cidades com mais de 100 mil habitantes e o quantitativo de internações entre janeiro de 2019 e novembro de 2023. A escolha dos locais foi combinada com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Pessoas entre 10 e 14 anos são o segundo maior grupo de hospitalizações por casos de dengue tipo 2. De 2019 e 2023, foram mais de 16,4 mil registros. Os idosos seguem sendo o grupo com mais internações, mas não podem receber o imunizante, porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não autorizou a aplicação, pois os estudos para a terceira idade ainda estão em andamento.
Em Guapimirim, por exemplo, o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, contabilizou ao menos 96 casos prováveis de janeiro a setembro de 2023. O município possui 51.696 habitantes, conforme o Censo 2022.
Sobre o imunizante
A vacinação será feita em duas doses no intervalo de três meses, independentemente se o paciente já teve dengue ou não. O imunizante usado será o Qdenga, que é tetravalente e ajuda a proteger contra os quatro subtipos da doença. A vacina é feita a partir do vírus vivo atenuado e produzida pelo laboratório japonês Takeda.
O imunizante é destinado a pessoas entre 4 e 60 anos e garante 81% de proteção após 30 dias da primeira dose e 95% depois da segunda. Estudos também demonstraram não haver necessidade de nova aplicação no intervalo de 4,5 anos. As pesquisas sobre a eficácia da vacinação foram feitas em países como Brasil, Colômbia, República Dominicana, Panamá, Nicarágua, Filipinas, Tailândia e Sri Lanka.
Ao todo, serão disponibilizadas 1,32 milhão de doses do imunizante, o qual será fornecido sem cobrança ao Ministério da Saúde por parte da empresa farmacêutica. Um primeiro lote com 750 mil doses chegou ao Brasil no último dia 20 de janeiro. Uma segunda remessa com mais 570 mil deverá chegar no mês que vem.
Ademais, outras 5,2 milhões de doses deverão chegar ao país até novembro de 2024. O quantitativo se deve à limitação de produção por parte do laboratório fabricante.
É importante destacar que o Qdenga só protege contra a dengue. Logo, conclui-se que não tem eficácia contra outras arbovíroses como febre amarela, zika ou chikungunya.
Quem não deve se vacinar contra a dengue
O Qdenga não é recomendado para as seguintes populações-alvo: mulheres grávidas nem que estejam amamentando, pessoas com imunodeficiências primária ou adquirida – entre elas HIV –, incluindo pacientes em terapia com quimioterápicos ou altas doses de corticoides e também para quem teve reações graves à dose anterior.
Pacientes que estejam em tratamento com imunoglobulina e outros hemoderivados precisam esperar pelo menos três meses após o tratamento para poder se imunizar contra a dengue, de acordo com a bula do fabricante.
Combate à dengue
O combate à dengue começa em cuidados preventivos para evitar a proliferação do mosquito transmissor Aedes Aegypti, entre eles não deixar água acumulada em pneus, vasos de plantas e garrafas nem deixar tampa de caixa d’água aberta.
Os cuidados contra a dengue podem incluir o uso de repelentes corporais e também de outros para uso doméstico.
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