Duquesa relata diferentes problemas do festival Tropicadelia, incluindo racismo, sexismo e assédioReprodução / Instagram
Publicado 28/08/2024 17:54 | Atualizado 28/08/2024 18:00
Rio - A cantora Duquesa, de 24 anos, desabafou nas redes sociais, nesta terça-feira (27), sobre os problemas que vivenciou no festival Tropicadelia, em Londrina, no último sábado (24). A cantora indicada ao BET Awards 2024 apontou um episódio de racismo e sexismo, quando um público de "majoritariamente homens brancos" falou para ela sair do palco, assim que a baiana entrou, e relatou que houve negligência com horários e assédio com sua equipe, em maioria feminina, nos bastidores.
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No dia do show, Duquesa também reagiu aos participantes do festival que a desrespeitaram na plateia. "A minha missão no rap, como uma mulher nordestina, baiana, não é validar o meu trabalho com base de homens que não sabem respeitar mulheres", disse.
E acrescentou: "E eu gostaria de dizer que quanto mais o meu público cresce, mais pessoas se revelam, e eu estou muito pronta para encarar todo mundo. Sabe por quê? Porque eu vim do nada, e eu estou aqui com vocês, eu estou lançando um álbum novo. 30 milhões no meu álbum, entendeu?.
A cantora, ainda, deixou uma reflexão para os que gritaram. "E eu espero que a partir de hoje vocês saibam que, se há uma mulher que você não conheça na cena do rap, o mínimo que você pode fazer é respeitar", finalizou.
Nos stories do Instagram, ela abriu informações sobre o momento. "Estamos indo embora de Londrina muito decepcionados. Eu e a minha equipe, a gente preparou um show. Infelizmente, de primeira, a gente não conseguiu entregar esse show. Aí, na segunda tentativa, a gente conseguiu entregar menos da metade do que a gente planejou”, começou.
"Mas eu queria pontuar que são tantas camadas para fazer um show de uma mulher acontecer. A minha equipe é majoritariamente feminina. Além das situações de assédio no backstage, negligência por conta do horário...", detalhou Duquesa.
E seguiu: "Mas o que acontece é que, ainda em 2024, existem festivais, eventos que colocam uma cota, né. No caso, ontem, eu fui a cota da menina preta que canta rap". A cantora, então, expôs a situação. "Assim que a gente entrou no palco, que as bailarinas entraram no palco, o público simplesmente pediu para a gente ir embora", recordou.

A rapper refletiu sobre as pessoas que estavam na plateia. "Majoritariamente homens brancos pediram para a gente ir embora, e se isso não for racismo, eu não sei o que é. Então, assim, não vou estender sobre isso porque esse debate está chato. A gente vai continuar vivendo nossa vida e fingir que isso não aconteceu, e a gente nunca mais vai voltar. É só isso que resta a fazer", decidiu.
Nos comentários do vídeo em que Duquesa discursa no show, que circula em diversos perfis no Instagram, uma internauta revelou ter trabalhado no festival e também fez reclamações: "Trabalhei no evento e estou indignada com as condições de trabalho que enfrentamos ontem, que considero desumanas e inaceitáveis. Chegamos às 11h e nossas refeições chegaram junto com a gente. No entanto, só fomos servidos às 17h. A comida estava fria e ruim", iniciou. 
Ela continuou: "Além disso, fomos submetidos a um tratamento humilhante por parte dos responsáveis pela equipe, que foram abusivos e nos pressionaram o tempo todo. O horário combinado para o término do trabalho era às 4h, mas nesse horário fomos trancados no local. O responsável pela equipe bloqueou a saída, afirmando que só poderíamos sair após recebermos o pagamento, o que nos prendeu por cerca de 40 minutos. Solicitei ir ao banheiro e me foi negado".
A internauta, então, concluiu: "Trabalhamos 18 horas sob condições extremamente difíceis, inclusive apenas 30min de intervalo, para receber R$200".
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