Pedras formaram uma barreira fixa na Estrada do Imburo. O local era utilizado por motoristas para driblar os bloqueios sanitários.Foto: Arquivo Pessoal.
Por Bertha Muniz
Publicado 14/03/2021 14:36 | Atualizado 14/03/2021 14:51

MACAÉ - Macaé recorreu aos bloqueios sanitários para impedir o avanço do coronavírus e a superlotação do sistema de saúde público e privado do município. O prefeito, Welberth Rezende, ordenou por meio de um decreto, que fossem bloqueadas seis, das oito vias que dão acesso à cidade e à região serrana. As medidas começaram neste sábado (13) e domingo (14), de maneira educativa, com folders com informações sobre os bloqueios sendo distribuídos para motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres, junto com orientações dadas por agentes da Guarda Municipal. A partir desta segunda (15), a proibição passa a vigorar. Não há restrição quanto ao tráfego de saída de pessoas.

Os bloqueios funcionam no trevo de acesso ao Parque de Tubos, RJ-168 (antes do acesso à BR-101), Rodovia Amaral Peixoto, Cabiúnas, no acesso à serra via Córrego do Ouro, na entrada da Bicuda, va trevo com Rio Dourado e no Portal do Sana. Neste domingo, escavadeiras formaram uma barreira fixa com interdição por meio pedras na entrada de Macaé, na Estrada do Imburo, para que os veículos não possam cruzar a passagem. O local era utilizado por motoristas para driblar os bloqueios sanitários. Segundo o município, como o Imburo é uma entrada alternativa entre os trevos dos 17 e 40 é uma forma de evitar que as pessoas furem a barreira e entrem por esse caminho alternativo.
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A prefeitura também afirmou, neste domingo, que instalará mais uma barreira fixa no caminho de Carapebus para Macaé, via praia do Lagomar. Nas vias em que a passagem estará liberada, agentes sanitários da Guarda Municipal e da Mobilidade Urbana, coletam informações dos motoristas antes de permitir o ingresso na cidade. Só serão autorizadas as entradas de moradores com comprovante de residência, e de pessoas que trabalhem em Macaé.
Há algumas exceções como consultas oncológicas e de pré-natal, prestadores de serviço com ordem de serviço, entregadores, estudantes e até mesmo pessoas que tenham algum compromisso agendado na cidade, como atendimento em órgãos públicos e audiências em tribunais. É necessário apresentação de comprovante referente a cada caso específico. Todas as comprovações terão que ser apresentadas ao guarda municipal de forma legível, podendo ser de forma física ou virtual.
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Somente entrará na cidade a pessoa para qual o compromisso está agendado, sendo proibida a entrada de acompanhantes. Em casos de gestantes, idosos e crianças, a entrada poderá ser feita com acompanhante. O trabalho é realizado pelas Secretarias de Saúde, Ordem Pública e Mobilidade Urbana, com apoio da Guarda Municipal, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Guarda Ambiental, Secretaria Adjunta de Turismo e Secretaria de Infraestrutura.
Evitar a superlotação do sistema de saúde é o foco
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Moradores de cidades vizinhas à Macaé, considerada um polo regional no Norte Fluminense e parte da Região dos Lagos, que enfrentam dificuldades de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) têm recorrido ao Centro de Triagem do Paciente com Coronavírus (CTC) e aos hospitais da cidade. A situação piorou nos últimos dois meses, quando números apontaram que quase metade dos pacientes atendidos na Capital do Petróleo, são oriundos de outros municípios.

De acordo com informações do CTC, somente nos meses de janeiro e fevereiro, ao todo 46% dos pacientes atendidos em Macaé era formada de moradores de municípios do entorno. E deste total, 36% eram de pessoas oriundas de Rio das Ostras, onde há apenas 5 leitos de UTI em toda a rede SUS da cidade.
O prefeito de Macaé, Welberth Rezende, corre para evitar um estrangulamento do sistema de saúde e, para isso, adotou medidas mais rígidas como os bloqueios atuais.
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