Publicado 27/08/2021 13:59 | Atualizado 27/08/2021 14:11
Cabul - Os Estados Unidos alertaram, nesta sexta-feira, 27, que a ameaça de atentados persiste em Cabul após o ataque mortal do Estado Islâmico, enquanto mais de 5 mil pessoas continuam dentro do aeroporto esperando para serem retiradas.
As operações de retirada de estrangeiros e afegãos foram retomadas nesta sexta-feira no aeroporto, um dia após o atentado que deixou pelo menos 85 mortos, entre eles 13 soldados americanos, e mais de 160 feridos.
No entanto, vários países anunciaram que concluíram suas operações, entre eles Espanha, Itália, Noruega e Suíça. O Reino Unido terminará "em poucas horas".
A França sugeriu que poderia continuar retirando pessoas do Afeganistão "depois de sexta-feira" e uma delegação francesa se reuniu em Doha com representantes do Talibã pela primeira vez desde que o grupo tomou o poder no Afeganistão em 15 de agosto.
Os Estados Unidos assumem praticamente sozinhos a tensa missão de concluir a maior operação de retirada da história até 31 de agosto, prazo estabelecido pelo presidente Joe Biden para encerrar os 20 anos de presença militar no país.
"Ainda acreditamos que há ameaças específicas e credíveis", disse o porta-voz do Departamento de Defesa americano, John Kirby.
Apesar de tudo, os Estados Unidos acreditam que poderão retirar as pessoas "até o último momento".
Dentro do aeroporto há 5,4 mil pessoas, informou o Pentágono. Nas últimas 24 horas, apesar do ataque, conseguiu retirar 12,5 mil pessoas em um total de 89 voos americanos e da coalizão internacional.
O Pentágono revelou também que houve apenas um homem-bomba no "complexo" atentado de quinta-feira, e que não houve duas explosões separadas, como acreditou inicialmente.
Londres anunciou que entre as vítimas mortais havia dois britânicos.
Pânico e desolação
As operações de retirada de estrangeiros e afegãos foram retomadas nesta sexta-feira no aeroporto, um dia após o atentado que deixou pelo menos 85 mortos, entre eles 13 soldados americanos, e mais de 160 feridos.
No entanto, vários países anunciaram que concluíram suas operações, entre eles Espanha, Itália, Noruega e Suíça. O Reino Unido terminará "em poucas horas".
A França sugeriu que poderia continuar retirando pessoas do Afeganistão "depois de sexta-feira" e uma delegação francesa se reuniu em Doha com representantes do Talibã pela primeira vez desde que o grupo tomou o poder no Afeganistão em 15 de agosto.
Os Estados Unidos assumem praticamente sozinhos a tensa missão de concluir a maior operação de retirada da história até 31 de agosto, prazo estabelecido pelo presidente Joe Biden para encerrar os 20 anos de presença militar no país.
"Ainda acreditamos que há ameaças específicas e credíveis", disse o porta-voz do Departamento de Defesa americano, John Kirby.
Apesar de tudo, os Estados Unidos acreditam que poderão retirar as pessoas "até o último momento".
Dentro do aeroporto há 5,4 mil pessoas, informou o Pentágono. Nas últimas 24 horas, apesar do ataque, conseguiu retirar 12,5 mil pessoas em um total de 89 voos americanos e da coalizão internacional.
O Pentágono revelou também que houve apenas um homem-bomba no "complexo" atentado de quinta-feira, e que não houve duas explosões separadas, como acreditou inicialmente.
Londres anunciou que entre as vítimas mortais havia dois britânicos.
Pânico e desolação
As explosões provocaram pânico e desolação. As imagens de dezenas de vítimas, mortas, ou feridas, deitadas nas águas sujas de um canal de drenagem próximo ao aeroporto.
"Há muitas mulheres e crianças entre as vítimas. A maioria das pessoas se encontra em estado de choque, traumatizada", disse à AFP nesta sexta-feira uma fonte do governo deposto em meados de agosto pelos talibãs.
Além dos afegãos mortos, 13 militares americanos faleceram, e 18 ficaram feridos, o balanço mais grave para o Exército dos Estados Unidos no Afeganistão desde 2011.
"Seguimos comprometidos"
"Há muitas mulheres e crianças entre as vítimas. A maioria das pessoas se encontra em estado de choque, traumatizada", disse à AFP nesta sexta-feira uma fonte do governo deposto em meados de agosto pelos talibãs.
Além dos afegãos mortos, 13 militares americanos faleceram, e 18 ficaram feridos, o balanço mais grave para o Exército dos Estados Unidos no Afeganistão desde 2011.
"Seguimos comprometidos"
No pior momento desde o início de seu mandato, o presidente americano, Joe Biden, prometeu "perseguir" os autores do ataque e fazê-los "arcar" com as consequências.
"Os Estados Unidos não se deixarão intimidar", disse o presidente.
Por meio de seu porta-voz, Zabihullah Mujahid, o Talibã condenou o ataque de maneira veemente, mas afirmou que "aconteceu em uma área onde as forças americanas são responsáveis pela segurança".
Sob o nome de EI-K (Estado Islâmico Khorasan), o grupo extremista reivindicou alguns dos ataques mais violentos executados no Afeganistão nos últimos anos e que deixaram dezenas de mortos, especialmente entre os muçulmanos xiitas.
Embora os dois grupos sejam sunitas radicais, EI e o Talibã são inimigos e expressam um ódio visceral mútuo.
Nesta sexta-feira, uma calma estranha era observada em Cabul, sobretudo, nas imediações do aeroporto, onde os talibãs reforçaram os controles, e a multidão desapareceu em alguns pontos.
"Queria partir, como todo mundo"
"Os Estados Unidos não se deixarão intimidar", disse o presidente.
Por meio de seu porta-voz, Zabihullah Mujahid, o Talibã condenou o ataque de maneira veemente, mas afirmou que "aconteceu em uma área onde as forças americanas são responsáveis pela segurança".
Sob o nome de EI-K (Estado Islâmico Khorasan), o grupo extremista reivindicou alguns dos ataques mais violentos executados no Afeganistão nos últimos anos e que deixaram dezenas de mortos, especialmente entre os muçulmanos xiitas.
Embora os dois grupos sejam sunitas radicais, EI e o Talibã são inimigos e expressam um ódio visceral mútuo.
Nesta sexta-feira, uma calma estranha era observada em Cabul, sobretudo, nas imediações do aeroporto, onde os talibãs reforçaram os controles, e a multidão desapareceu em alguns pontos.
"Queria partir, como todo mundo"
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, informou que seu país teve os primeiros encontros com os talibãs e avalia uma proposta do movimento para administrar o aeroporto da capital após a retirada americana.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou durante a semana que os talibãs se comprometeram a permitir que americanos e afegãos sob sua proteção deixem o país depois 31 de agosto.
Há, no entanto, o temor de que muitos afegãos que trabalharam para governos e empresas estrangeiras, ou para o governo deposto, não consigam sair do país.
Os talibãs prometeram que não adotarão represálias contra seus críticos e garantem que seu governo não será igual ao do período de 1996 a 2001, quando o grupo impôs uma interpretação extremamente rigorosa e radical da lei islâmica que penalizava, especialmente, as mulheres e as minorias.
A ONU informou nesta sexta-feira que espera até meio milhão de refugiados afegãos adicionais em 2021, mas até o momento não registrou um êxodo.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou durante a semana que os talibãs se comprometeram a permitir que americanos e afegãos sob sua proteção deixem o país depois 31 de agosto.
Há, no entanto, o temor de que muitos afegãos que trabalharam para governos e empresas estrangeiras, ou para o governo deposto, não consigam sair do país.
Os talibãs prometeram que não adotarão represálias contra seus críticos e garantem que seu governo não será igual ao do período de 1996 a 2001, quando o grupo impôs uma interpretação extremamente rigorosa e radical da lei islâmica que penalizava, especialmente, as mulheres e as minorias.
A ONU informou nesta sexta-feira que espera até meio milhão de refugiados afegãos adicionais em 2021, mas até o momento não registrou um êxodo.
Ao mesmo tempo, em Cabul, algumas famílias ainda procuram parentes nos hospitais.
"Ele queria ir embora para o exterior. Não sei se conseguiu entrar no aeroporto, ou não, porque os americanos bloqueiam o acesso", contou Abdul Majid, em referência ao irmão, do qual não tem notícias desde quinta-feira.
"Era estudante, tinha talento, mas, devido à situação do país, ele queria ir embora, como todo mundo", acrescentou.
"Ele queria ir embora para o exterior. Não sei se conseguiu entrar no aeroporto, ou não, porque os americanos bloqueiam o acesso", contou Abdul Majid, em referência ao irmão, do qual não tem notícias desde quinta-feira.
"Era estudante, tinha talento, mas, devido à situação do país, ele queria ir embora, como todo mundo", acrescentou.
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