Publicado 02/03/2022 09:54 | Atualizado 02/03/2022 09:56
Nações Unidas - Após dois dias de discursos de mais de cem de países no Fórum da Assembleia Geral das Nações Unidas para defender a paz e a segurança, nesta quarta-feira, 2, se vota um projeto de resolução de condenação sobre a invasão russa da Ucrânia.
Boa parte da comunidade internacional acusa a Rússia de Vladimir Putin de violar o artigo 2 da Carta das Nações Unidas, que pede aos seus membros para não recorrer a ameaças ou à força para solucionar conflitos.
O texto, promovido pelos países europeus e Ucrânia, e apoiado por cerca de cem países de todas as regiões do mundo, sofreu inúmeras alterações nos últimos dias para chegar a um acordo mínimo aceitável para os mais relutantes.
O projeto de resolução deixou de "condenar", como estava inicialmente previsto, para "deplorar nos mais fortes termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia".
Praticamente todos os oradores de segunda e terça-feira condenaram a guerra, a insegurança e o risco de escalada do conflito armado em um mundo que começava a se recuperar dos estragos devastadores da pandemia de covid-19, como demonstra a escalada de preços das matérias-primas, principalmente do gás e petróleo, ou a queda das bolsas de valores.
Sem mencionar a iminente crise humanitária que já levou mais de 800 mil ucranianos a deixar o país em busca de um lugar seguro e causou dezenas de mortes de civis, segundo a ONU.
A Rússia sustenta que sua invasão é "legítima defesa". "Não foi a Rússia que iniciou esta guerra. Essas operações militares foram iniciadas pela Ucrânia contra os habitantes de Donbas (a região separatista no leste do país) e contra todos aqueles que não concordavam com ela", defendeu como um mantra o embaixador russo Vassily Nebenzia, no fórum internacional em Nova York.
"Não há nada a ganhar" com uma nova Guerra Fria, alertou o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, depois de lembrar que a "mentalidade" desta época "baseada no confronto de blocos deve ser abandonada". Aliada da Rússia, a China se absteve de votar uma resolução semelhante no Conselho de Segurança na sexta-feira passada.
Outros países como Cuba, Venezuela, Nicarágua, Síria e Coreia do Norte denunciaram no fórum da ONU os "duplos padrões" dos Estados Unidos e dos europeus, que não hesitaram em invadir países como Iraque, Afeganistão, Líbia ou Síria.
Aos olhos dos aliados latino-americanos, esse conflito foi causado pela expansão da OTAN para os antigos países satélites da extinta União Soviética, cuja área de influência Putin quer restaurar.
A vice-presidente e chanceler da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, além de pedir à Rússia "responsabilidade" pelas consequências econômicas, humanitárias e jurídicas de sua ação, lembrou que o mundo "não quer e não aceitará" um retorno aos impérios.
'Somos todos ucranianos!'
Boa parte da comunidade internacional acusa a Rússia de Vladimir Putin de violar o artigo 2 da Carta das Nações Unidas, que pede aos seus membros para não recorrer a ameaças ou à força para solucionar conflitos.
O texto, promovido pelos países europeus e Ucrânia, e apoiado por cerca de cem países de todas as regiões do mundo, sofreu inúmeras alterações nos últimos dias para chegar a um acordo mínimo aceitável para os mais relutantes.
O projeto de resolução deixou de "condenar", como estava inicialmente previsto, para "deplorar nos mais fortes termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia".
Praticamente todos os oradores de segunda e terça-feira condenaram a guerra, a insegurança e o risco de escalada do conflito armado em um mundo que começava a se recuperar dos estragos devastadores da pandemia de covid-19, como demonstra a escalada de preços das matérias-primas, principalmente do gás e petróleo, ou a queda das bolsas de valores.
Sem mencionar a iminente crise humanitária que já levou mais de 800 mil ucranianos a deixar o país em busca de um lugar seguro e causou dezenas de mortes de civis, segundo a ONU.
A Rússia sustenta que sua invasão é "legítima defesa". "Não foi a Rússia que iniciou esta guerra. Essas operações militares foram iniciadas pela Ucrânia contra os habitantes de Donbas (a região separatista no leste do país) e contra todos aqueles que não concordavam com ela", defendeu como um mantra o embaixador russo Vassily Nebenzia, no fórum internacional em Nova York.
"Não há nada a ganhar" com uma nova Guerra Fria, alertou o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, depois de lembrar que a "mentalidade" desta época "baseada no confronto de blocos deve ser abandonada". Aliada da Rússia, a China se absteve de votar uma resolução semelhante no Conselho de Segurança na sexta-feira passada.
Outros países como Cuba, Venezuela, Nicarágua, Síria e Coreia do Norte denunciaram no fórum da ONU os "duplos padrões" dos Estados Unidos e dos europeus, que não hesitaram em invadir países como Iraque, Afeganistão, Líbia ou Síria.
Aos olhos dos aliados latino-americanos, esse conflito foi causado pela expansão da OTAN para os antigos países satélites da extinta União Soviética, cuja área de influência Putin quer restaurar.
A vice-presidente e chanceler da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, além de pedir à Rússia "responsabilidade" pelas consequências econômicas, humanitárias e jurídicas de sua ação, lembrou que o mundo "não quer e não aceitará" um retorno aos impérios.
'Somos todos ucranianos!'
Um dos últimos a falar nesta quarta-feira são os Estados Unidos que, como os europeus, adotaram uma enxurrada de sanções destinadas a isolar a Rússia e sufocar sua economia para que não possa financiar a guerra.
O presidente americano Joe Biden disse na terça-feira em seu discurso anual sobre o Estado da União que Putin subestimou a resposta dos países ocidentais com sua decisão de invadir a Ucrânia.
"Ele rejeitou as tentativas de diplomacia. Ele pensou que o Ocidente e a OTAN não responderiam. E ele pensou que poderia nos dividir internamente. Putin estava errado. Estávamos prontos", disse Biden.
Mas como disse o representante jamaicano, "somos todos ucranianos!"
Os 193 países-membros da ONU poderão votar nesta resolução, que não é vinculante, ao contrário do que acontece no Conselho de Segurança - o órgão máximo da comunidade internacional para a manutenção da paz e da segurança.
Para ser aprovada, precisa de dois terços dos votos positivos e negativos, mas o resultado será, sem dúvida, um indicador do estado de humor dos países diante de uma crise com consequências imprevisíveis para um planeta em busca de soluções para outros problemas urgentes, como a recuperação da pandemia de covid e as mudanças climáticas.
O presidente americano Joe Biden disse na terça-feira em seu discurso anual sobre o Estado da União que Putin subestimou a resposta dos países ocidentais com sua decisão de invadir a Ucrânia.
"Ele rejeitou as tentativas de diplomacia. Ele pensou que o Ocidente e a OTAN não responderiam. E ele pensou que poderia nos dividir internamente. Putin estava errado. Estávamos prontos", disse Biden.
Mas como disse o representante jamaicano, "somos todos ucranianos!"
Os 193 países-membros da ONU poderão votar nesta resolução, que não é vinculante, ao contrário do que acontece no Conselho de Segurança - o órgão máximo da comunidade internacional para a manutenção da paz e da segurança.
Para ser aprovada, precisa de dois terços dos votos positivos e negativos, mas o resultado será, sem dúvida, um indicador do estado de humor dos países diante de uma crise com consequências imprevisíveis para um planeta em busca de soluções para outros problemas urgentes, como a recuperação da pandemia de covid e as mudanças climáticas.
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