Publicado 21/06/2022 15:45
Washington - Os legisladores que investigam o ataque ao Capitólio em 2021 se reúnem nesta terça-feira, 21, para analisar as pressões do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump para reverter o resultado das eleições de 2020.
A sessão inicia a terceira semana de audiências. O comitê expôs em suas conclusões iniciais que Trump liderou uma conspiração para anular as eleições presidenciais vencidas por Joe Biden e provocou a insurreição em Washington.
Colaboradores do comitê dizem ter provas de que Trump e seus aliados estiveram envolvidos diretamente em pressões a legislaturas de estados controlados por republicanos para reverter resultados que favoreciam Biden.
O comitê ouvirá as principais autoridades estaduais republicanas que aparentemente foram persuadidas pela campanha de Trump a mudar a vontade dos eleitores invocando uma fraude, mas sem apresentar evidências.
"Donald Trump sabia que não havia fraude generalizada. Ele sabia que suas alegações eram infundadas, ele sabia que os números não eram suficientes para influenciar a eleição e ele ainda seguiu em frente com sua campanha", disse um assessor do comitê.
"Ele sabia que as alegações eram falsas e ficou cada vez mais claro que a pressão da campanha levaria à violência. Ele foi em frente mesmo assim", acrescentou.
Os presidentes dos Estados Unidos não são eleitos por voto direto e sim por um Colégio Eleitoral de 538 membros. Cada estado tem tantos eleitores quantos são os representantes no Congresso. Os partidos de cada estado escolhem seus próprios eleitores e, em quase todos os Estados Unidos, o partido que vence em um estado assume todos os cargos atribuídos no Colégio Eleitoral.
O comitê afirma que a chave para a trama foi fazer com que os republicanos pró-Trump em estados vencidos por Biden usassem certificados falsos, mas de aparência oficial, para se apresentarem como eleitores legítimos.
O comitê diz também que mostrará que Trump pressionou seu vice-presidente Mike Pence a aceitar esses "falsos eleitores" quando supervisionava a certificação da vitória de Biden em 6 de janeiro de 2021.
Pence se recusou a reconhecer esses eleitores. Os apoiadores do presidente se revoltaram por horas no Capitólio, levando a cenas de brutalidade sem precedentes que deixaram pelo menos cinco mortos.
O comitê ouvirá o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a quem Trump forçou a "encontrar" votos suficientes para superar a liderança de Biden naquele estado. Rusty Bowers, presidente da Câmara dos Deputados do Arizona, também deve testemunhar sobre a pressão de Trump, de seu advogado Rudy Giuliani e de Ginni Thomas, esposa do juiz da Suprema Corte de Justiça, Clarence Thomas.
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