Publicado 14/12/2022 10:47
O governo da Ucrânia afirmou nesta quarta-feira, 14, que derrubou uma série de drones utilizados durante a madrugada pela Rússia em novos ataques contra as infraestruturas de energia de Kiev.
O presidente Volodimir Zelensky celebrou a eficácia das forças antiaéreas ucranianas e afirmou que os 13 drones Shahed, de fabricação iraniana, usados nos ataques das forças russas foram abatidos.
"Os terroristas iniciaram esta manhã com 13 (drones) Shahed. (...) De acordo com as primeiras informações, todos os 13 foram derrubados por nossos sistemas de defesa aérea", afirmou Zelensky, em referência aos drones explosivos iranianos utilizados pela Rússia contra alvos ucranianos.
"Estou orgulhoso", acrescentou o chefe de Estado em um vídeo divulgado nas redes sociais. Zelensky, no entanto, advertiu os moradores da capital ucraniana, que vivem com o som das sirenes e os bombardeios desde o início da invasão em fevereiro, que permaneçam vigilantes.
Os avisos antiaéreos ressoaram pela cidade entre 5h 55 (0h 55 de Brasília) e pouco depois das 9h (4h de Brasília). Pedaços dos aparelhos abatidos caíram em edifícios administrativos e residenciais na zona oeste da cidade, segundo o comando militar de Kiev.
"Os estilhaços de drones derrubados atingiram um prédio administrativo e quatro edifícios residenciais no distrito de Shevchenkivsky", afirmou o comandante militar da capital ucraniana, Serguei Popko. "Não houve feridos", acrescentou. A polícia e equipes de emergência foram enviadas à região.
Ao mesmo tempo, o Kremlin afirmou nesta quarta que nenhuma trégua de Natal ou Ano Novo na Ucrânia está em discussão atualmente.
"Nenhuma proposta foi recebida de ninguém e o assunto não está na agenda", respondeu o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, à imprensa depois de ser questionado sobre a possibilidade de uma pausa nos combates na Ucrânia.
Desde outubro, após uma série de fracassos militares no conflito, as tropas russas executam bombardeios em larga escala com drones explosivos e mísseis.
O objetivo é destruir as infraestruturas de energia da Ucrânia e deixar milhões de pessoas no escuro, em um momento de frio intenso às vésperas do inverno (hemisfério norte). O ataque anterior de Moscou visando alvos do setor de energia ucraniano aconteceu em 5 de dezembro.
Apesar da indignação internacional provocada pelos ataques, o presidente russo, Vladimir Putin, insistiu que os bombardeios prosseguirão.
Os ataques desta quarta-feira aconteceram um dia após uma conferência internacional de apoio à Ucrânia, celebrada em Paris.
As autoridades de Kiev receberam a promessa de doações de mais de um bilhão de euros para ajudar a população a enfrentar o inverno. Zelensky agradeceu o "sinal poderoso" de apoio à Ucrânia do "mundo civilizado".
Do total prometido, 415 milhões de euros serão destinados ao setor de energia, EUR 25 milhões para o setor hídrico, 38 milhões para a alimentação, 17 milhões para a saúde, 22 milhões para os transportes e o restante ainda será determinado, informou a chefe da diplomacia francesa, Catherine Colonna.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, afirmou que os bombardeios russos destruíram entre 40% e 50% da rede ucraniana de energias, mas que, com a ajuda prometida, o país "não ficará no escuro".
A Ucrânia também pede aos aliados ocidentais o aumento da ajuda militar, crucial para enfrentar o exército russo.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, solicitou "mais sistemas de defesa antiaérea e antimísseis, além de munições e veículos blindados".
No leste do país, na região de Donetsk, os combates de artilharia permanecem intensos, em particular na cidade de Bakhmut, praticamente destruída, e em Avdiivka, informou a presidência ucraniana.
As autoridades de Kiev também informaram que as tropas russas foram expulsas da região de Kharkiv, que o exército ucraniano quase recuperou por completo em setembro, no que foi um dos grandes reveses militares de Moscou.
bur/es/mis/fp
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