Daniel Noboa deve completar o mandato inacabado do direitista Guillermo LassoAFP
Publicado 23/11/2023 10:04
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O empresário milionário Daniel Noboa tomará posse nesta quinta-feira, 23, no Congresso do Equador como o presidente mais jovem da história de um país abalado pela violência do narcotráfico e pela instabilidade política.
Autoproclamado de centro-esquerda e apoiado por forças de direita, o filho do magnata da banana Álvaro Noboa chegou ao poder aos 35 anos para governar por um curto e incomum período de 18 meses.
Daniel Noboa deve completar o mandato inacabado do direitista Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso em maio e convocou eleições antecipadas para evitar um julgamento político por corrupção, promovido por deputados da oposição que formavam a maioria.
Somada à crise institucional está a violência das gangues de traficantes com poder internacional, que resultou em cerca de 3.600 assassinatos neste ano, segundo o Observatório Equatoriano do Crime Organizado.
Com pouca experiência política e escasso apoio no Parlamento, o governo de Noboa será "estruturalmente fraco" como o dos seus antecessores, incluindo o de Lenín Moreno (2017-2021), disse à AFP o cientista político Santiago Cahuasquí, da Universidade Internacional SEK.
"Deve assumir que é um governo de transição (...) e, portanto, deve ser altamente pragmático e realista em relação às suas capacidades e objetivos que vai traçar, para que não volte a gerar frustração aos equatorianos", acrescentou.
Nascido nos Estados Unidos e formado em renomadas universidades estrangeiras, o novo presidente é sommelier, sabe de música, tentou ser vegetariano, coleciona pimenta e é apaixonado por carros e cavalos, segundo sua assessoria de imprensa. Seu pai tentou, sem sucesso, tornar-se presidente cinco vezes.
No segundo turno, em 15 de outubro, Noboa derrotou a esquerdista Luisa González, líder do ex-governador socialista Rafael Correa (2007-2017), com 52% dos votos.
Mas o movimento do novo presidente – Ação Democrática Nacional (ADN) – conquistou apenas 17 das 137 cadeiras parlamentares.
Na sexta-feira, Noboa aliou-se ao correísmo (principal força com 51 cadeiras e forte crítico de seu pai) e ao Partido Social Cristão (PSC, 18) de direita para criar uma maioria na hora de designar autoridades como presidente e dois vice-presidentes do Congresso. "As forças estão fragmentadas e há volatilidade", enfatizou Cahuasquí.
Noboa tomará posse em Quito durante evento com a presença dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e da Bolívia, Luis Arce, além do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, e dos chanceleres do Panamá, Haiti, Peru e Costa Rica, segundo indicou o Ministério das Relações Exteriores à AFP.
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