Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido entre 1997 e 2007Chris Jackson/AFP)
Publicado 02/01/2024 11:54 | Atualizado 02/01/2024 11:54
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair negou na segunda-feira, 1, por meio da fundação que leva seu nome, ter tido conversas para o reassentamento de palestinos de Gaza em outros países, como afirmou uma emissora de televisão israelense.
Segundo a rede Keshet 12 (Canal 12), Tony Blair, que deixou o cargo de primeiro-ministro britânico em 2007 e atua desde então como "enviado para a paz" das Nações Unidas no Oriente Médio, esteve em Israel na semana passada.

A emissora noticiou que Blair teria mantido conversas com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e com o membro do gabinete de guerra Benny Gantz sobre um eventual papel de mediador para o ex-primeiro-ministro britânico após a guerra com o Hamas.

A rede afirmou ainda que Blair também poderia desempenhar um papel de intermediário com os Estados árabes moderados para um "reassentamento voluntário" dos habitantes de Gaza nesses países.

A fundação que leva seu nome, o Tony Blair Institute for Global Change, chamou as informações, no entanto, de "mentira". De acordo com a fundação, foram publicadas "sem qualquer contato com Tony Blair, ou sua equipe".

"Não aconteceu nenhuma conversa desse tipo", acrescentou a organização, em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira. "Tony Blair não teria esse debate, porque a ideia é equivocada. Os habitantes de Gaza deveriam poder ficar e viver em Gaza", frisou a fundação.

No domingo, o ministro israelense da Economia, Bezalel Smotrich, pediu o retorno dos colonos judeus à Faixa de Gaza depois da guerra. O líder do Partido Sioniosta Religioso disse que Israel deveria "estimular" os cerca de 2,4 milhões de palestinos que vivem em Gaza a deixar o território e seguir para outros países.

O Hamas, no poder na Faixa de Gaza, condenou energicamente essas palavras. "É um crime de guerra que se soma à atual agressão criminosa que não tem igual na história moderna", afirmou o movimento.

As operações militares israelenses na Faixa de Gaza deixaram mais de 22.000 mortos, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, desde o início da guerra, em 7 de outubro, segundo um último balanço publicado pelo Hamas.

Essas ações foram lançadas em represália a um ataque de magnitude sem precedentes lançado por comandos do grupo terrorista, que resultou na morte de cerca de 1.140 pessoas, a maioria delas civis, conforme os últimos dados oficiais israelenses.
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