Publicado 19/01/2024 08:25
O Paquistão realizou nesta quinta, 18, ataques aéreos dentro do Irã, um dia depois que aviões iranianos atacaram supostos campos de militantes em território paquistanês. Segundo a chancelaria do Paquistão, os bombardeios de quarta-feira, 17, foram "de precisão" contra bases terroristas. Teerã informou que nove pessoas morreram, incluindo quatro crianças.
O governo do Paquistão disse ter atacado sete locais usados por separatistas que lutam pela independência do Baluchistão - região tripartida entre Irã, Paquistão e Afeganistão -, cerca de 50 quilômetros dentro do território iraniano. A Força Aérea paquistanesa utilizou caças e drones nos ataques.
Os bombardeios de quarta foram uma resposta aos ataques do Irã dentro do território paquistanês, na terça-feira, 16. Segundo o regime iraniano, o objetivo da ofensiva era destruir campos de treinamento de militantes sunitas responsáveis pelo atentado que matou 84 pessoas no início do ano, durante cerimônia de homenagem ao general Qassim Suleimani, morto em 2020.
Soberania
A resposta do Paquistão marcara a primeira vez desde o fim da guerra Irã-Iraque, há mais de 30 anos, que o espaço aéreo do Irã foi violado por caças de outro país. O Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou os ataques, chamando-os de inaceitáveis e dizendo que a segurança e integridade territorial do país são inegociáveis.
O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, disse que entre os nove mortos estavam quatro crianças e três mulheres. Falando à TV estatal, ele disse que todos eram paquistaneses - e não eram cidadãos iranianos, mortos perto da cidade de Saravan. Na mesma declaração, no entanto, Vahidi tentou colocar panos quentes na crise, se referindo ao Paquistão como "um vizinho amigável" que tem uma "relação fraterna" com Teerã.
Apoio regional
Sentido-se cada vez mais fortalecido, o Irã tem usado milícias aliadas contra Israel desde o início da guerra em Gaza, em outubro, após os ataques do Hamas que mataram mais de 1,2 mil israelenses. O Hezbollah, no Líbano, os houthis, no Iêmen, grupos xiitas que atuam no Iraque, além do governo da Síria, vêm trocando fogo com o Exército de Israel e forças americanas estacionadas no Oriente Médio.
As provocações iranianas, e agora os ataques do Irã contra países da região, aumentaram o risco de que a turbulência que assola o Oriente Médio possa envolver múltiplas frentes. O regime iraniano tem tentado projetar força, ameaçado por um movimento interno de contestação de mulheres e estudantes que exigem o fim da repressão cultural, além dos recentes ataques dentro de suas fronteiras que o fizeram parecer vulnerável.
Israel
As atividades militares do Irã também seriam consequência da recente aproximação entre Israel e Arábia Saudita, maior rival regional do regime xiita dos aiatolás - os dois países estavam perto de normalizar suas relações diplomáticas pouco antes do ataque terrorista do Hamas.
O governo do Paquistão disse ter atacado sete locais usados por separatistas que lutam pela independência do Baluchistão - região tripartida entre Irã, Paquistão e Afeganistão -, cerca de 50 quilômetros dentro do território iraniano. A Força Aérea paquistanesa utilizou caças e drones nos ataques.
Os bombardeios de quarta foram uma resposta aos ataques do Irã dentro do território paquistanês, na terça-feira, 16. Segundo o regime iraniano, o objetivo da ofensiva era destruir campos de treinamento de militantes sunitas responsáveis pelo atentado que matou 84 pessoas no início do ano, durante cerimônia de homenagem ao general Qassim Suleimani, morto em 2020.
Soberania
A resposta do Paquistão marcara a primeira vez desde o fim da guerra Irã-Iraque, há mais de 30 anos, que o espaço aéreo do Irã foi violado por caças de outro país. O Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou os ataques, chamando-os de inaceitáveis e dizendo que a segurança e integridade territorial do país são inegociáveis.
O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, disse que entre os nove mortos estavam quatro crianças e três mulheres. Falando à TV estatal, ele disse que todos eram paquistaneses - e não eram cidadãos iranianos, mortos perto da cidade de Saravan. Na mesma declaração, no entanto, Vahidi tentou colocar panos quentes na crise, se referindo ao Paquistão como "um vizinho amigável" que tem uma "relação fraterna" com Teerã.
Apoio regional
Sentido-se cada vez mais fortalecido, o Irã tem usado milícias aliadas contra Israel desde o início da guerra em Gaza, em outubro, após os ataques do Hamas que mataram mais de 1,2 mil israelenses. O Hezbollah, no Líbano, os houthis, no Iêmen, grupos xiitas que atuam no Iraque, além do governo da Síria, vêm trocando fogo com o Exército de Israel e forças americanas estacionadas no Oriente Médio.
As provocações iranianas, e agora os ataques do Irã contra países da região, aumentaram o risco de que a turbulência que assola o Oriente Médio possa envolver múltiplas frentes. O regime iraniano tem tentado projetar força, ameaçado por um movimento interno de contestação de mulheres e estudantes que exigem o fim da repressão cultural, além dos recentes ataques dentro de suas fronteiras que o fizeram parecer vulnerável.
Israel
As atividades militares do Irã também seriam consequência da recente aproximação entre Israel e Arábia Saudita, maior rival regional do regime xiita dos aiatolás - os dois países estavam perto de normalizar suas relações diplomáticas pouco antes do ataque terrorista do Hamas.
*Com agência internacional
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