Publicado 03/02/2024 09:13 | Atualizado 03/02/2024 09:46
Os bombardeios dos EUA no oeste do Iraque contra grupos armados pró-Irã deixaram pelo menos 16 mortos e 25 feridos, afirmou neste sábado, 3, o porta-voz do governo iraquiano, Bassem al Awadi. Segundo autoridades locais, civis estão incluídos entre as vítimas. A investida também deixou pelo menos 23 combatentes mortos no leste da Síria, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). A operação durou cerca de 30 minutos e atingiu 85 alvos em sete pontos diferentes.
Com esses ataques, "a segurança do Iraque e da região está no limite", disse ele, em um comunicado, no qual negou as "falsas alegações" sobre uma "coordenação prévia" com Washington para os bombardeios. o Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou a jornalistas que o objetivo é cessar com os ataques de grupos alinhados com o Irã e não iniciar uma nova guerra na região.
"Os Estados Unidos não buscam conflitos no Oriente Médio, nem em qualquer outro lugar do mundo. Mas que todos aqueles que querem nos prejudicar saibam: se prejudicarem um americano, nós responderemos", frisou Joe Biden. O presidente americano ainda afirmou que as "respostas começam hoje".
O bombardeio é uma retaliação do governo dos EUA ao ataque a drone lançado por uma milícia apoiada pelo Irã que matou pelo menos três soldados americanos e feriu mais 25 na Jordânia, perto da fronteira com a Síria. De acordo com a Al Jazeera, os Estados Unidos já haviam alertado para mais represálias depois de atingirem alvos ligados ao Irã no Iraque e na Síria.
O Ministério da Defesa sírio repudiou a “agressão das forças de ocupação americanas” e acusou os americanos de tentar “enfraquecer a capacidade do Exército Árabe Sírio e dos seus aliados no domínio da luta contra o terrorismo”, acrescentando que os ataques ocorreram em áreas onde há combates com os remanescentes do grupo armado ISIS.
O Irã condenou "energicamente" os bombardeios, chamando-os de "erro estratégico", e advertiu que poderiam "agravar as tensões e a instabilidade na região". "A ocupação de certas partes do território sírio pelas forças americanas não pode continuar", denunciaram as Forças Armadas da Síria.
Tensão no Oriente Médio
No final de fevereiro deste ano, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou ataques contra grupos paramilitares apoiados pelo Irã. O movimento era uma retaliação após três militares norte-americanos ficarem feridos em um ataque de drone no norte do Iraque.
Em resposta, os grupos armados pró-iranianos prometeram, continuar as investidas contra a coalizão internacional anti-jihadista. "A resposta da Resistência Islâmica será continuar as suas operações (...) contra a presença estrangeira" e isto "até que sejam demonstradas as suas verdadeiras intenções e a seriedade do seu compromisso de retirar as suas forças", diz um comunicado.
Os Estados Unidos têm milhares de soldados treinando forças locais e combatendo remanescentes do Estado Islâmico em solo iraquiano desde o anúncio da derrota do grupo terrorista 2019 na Síria e, em 2017, no Iraque. O país possui também centenas de combatentes na região síria. Eles foram alvo de dezenas de ataques, desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, com os EUA atribuindo a responsabilidade a grupos apoiados pelo Irã.
*Com informações da AFP
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