Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados UnidosBrendan Smialowski / AFP
Publicado 13/02/2024 07:31
O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Mike Johnson, recusou-se a considerar um pacote de ajuda de US$ 95 bilhões (R$ 472 bilhões) para a Ucrânia e Israel, conforme negociado no Senado.

"Diante da falta de mudanças por parte do Senado em relação à política de imigração, a Câmara continuará trabalhando nesses importantes assuntos conforme seu próprio critério", afirmou Johnson em comunicado na segunda-feira (12).
O projeto de lei prevê fundos para a guerra de Israel contra o Hamas e para Taiwan, aliado estratégico dos EUA, mas a maior parte ajudaria a Ucrânia a reabastecer seu arsenal esgotado quando se aproxima o início do terceiro ano da guerra com a Rússia.

O texto deixa de fora as mudanças na política migratória dos Estados Unidos depois que uma iniciativa anterior no Senado - que incluía tanto a questão da fronteira quanto a ajuda externa - fracassou devido à rejeição dos próprios republicanos na Câmara alta.

"Os republicanos da Câmara dos Representantes foram claros desde o início das discussões de que qualquer legislação designada como suplementar de segurança nacional deve reconhecer que a segurança nacional começa em nossa própria fronteira", disse Johnson.

O congressista declarou que o projeto anterior no Senado - que incluía as mudanças mais significativas em décadas - ainda não ia longe o suficiente e estaria "morto ao chegar" à Câmara.

Sua retórica coincide com a do ex-presidente Donald Trump, que pediu enfaticamente a rejeição do projeto enquanto, em sua corrida à Casa Branca, tenta explorar o tema da migração como uma fraqueza de Biden.

Embora por vários meses tenha havido negociações bipartidárias sobre o projeto de lei, os republicanos do Senado acabaram votando para bloqueá-lo.

Em vez disso, outro texto que excluiu o tema da migração obteve apoio suficiente dos republicanos para avançar no Senado controlado pelos democratas, portanto, é quase certo que seja aprovado em uma votação final por maioria simples no meio da semana.

"O Senado fez o certo na semana passada ao rejeitar a legislação de imigração Ucrânia-Taiwan-Gaza-Israel devido às suas insuficientes disposições fronteiriças, e deveria ter voltado à mesa para emendar o projeto de lei atual e incluir disposições reais de segurança fronteiriça", disse o líder republicano.
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