Publicado 23/03/2024 12:07 | Atualizado 23/03/2024 12:09
O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu neste sábado (23) como um "ato terrorista selvagem" o ataque do dia anterior contra casa de shows em Moscou, que deixou pelo menos 133 mortos, e afirmou que os detidos quiseram fugir para a Ucrânia.
Em um discurso televisivo, Putin afirmou que os quatro agressores detidos por este ataque tentaram fugir para terras ucranianas e prometeu que todos os responsáveis serão "punidos" e "não terão um destino invejável". Os suspeitos detidos, disse ele, "se dirigiam para a Ucrânia onde, de acordo com dados preliminares [dos investigadores], foi preparada uma 'janela' para eles atravessarem a fronteira".
Putin apoiou assim a versão apresentada pouco antes pelos seus serviços de segurança, o FSB. Em nenhum momento do seu discurso ele mencionou a reivindicação do grupo jihadista Estado Islâmico, transmitida na noite de sexta-feira. A Ucrânia, por sua vez, negou qualquer envolvimento no ataque.
Em um discurso televisivo, Putin afirmou que os quatro agressores detidos por este ataque tentaram fugir para terras ucranianas e prometeu que todos os responsáveis serão "punidos" e "não terão um destino invejável". Os suspeitos detidos, disse ele, "se dirigiam para a Ucrânia onde, de acordo com dados preliminares [dos investigadores], foi preparada uma 'janela' para eles atravessarem a fronteira".
Putin apoiou assim a versão apresentada pouco antes pelos seus serviços de segurança, o FSB. Em nenhum momento do seu discurso ele mencionou a reivindicação do grupo jihadista Estado Islâmico, transmitida na noite de sexta-feira. A Ucrânia, por sua vez, negou qualquer envolvimento no ataque.
Pelo Telegram, o EI enviou um comunicado e afirmou que "o ataque foi realizado por quatro combatentes do EI, armados com metralhadoras, uma pistola, facas e bombas incendiárias", acrescentando que o atentado se enquadra no contexto "da guerra" com "os países que lutam contra o Islã".
O presidente russo denunciou o ataque como um ato de "terrorismo selvagem" e declarou um dia de luto nacional no domingo, no seu primeiro discurso desde o ataque.
Entenda o caso
"Medo" e "desespero total": o choque após o ataque mortal de sexta-feira a uma sala de concertos em Moscou transformou-se em uma noite de espera agonizante para as famílias das vítimas, sem notícias sobre os seus entes queridos.
Na noite de sexta-feira, centenas de fãs reuniram-se para assistir a um show do grupo de rock Piknik, mas minutos antes do início do espetáculo, indivíduos armados entraram na sala e desencadearam o caos. Pelo menos 133 pessoas morreram, de acordo com o último balanço provisório do Comitê de Investigação Russo.
"Estou completamente apavorado, sinto que todo o meu corpo dói", lamentou Semion Khraptsov, cuja esposa estava no show e lhe telefonou no momento do ataque, sem que ele conseguisse compreender o que ela dizia.
"Vim assim que soube o que aconteceu", acrescentou o homem de 33 anos, que admitiu sentir-se impotente. "Não sei o que fazer, é um desespero total".
Pouco antes, vídeos publicados em canais do Telegram considerados próximos às forças de segurança mostravam pelo menos dois homens armados avançando em direção à sala e outros vídeos mostravam corpos e pessoas correndo em direção à saída.
Igor Bogodaiev, de 30 anos, também esperava um sinal de vida da esposa, cujo telefone está desligado. "Estou com medo", declarou ele. "Não sei o que fazer", acrescentou, dizendo que os seus amigos tentaram em vão obter informações sobre a sua esposa nos hospitais.
O Kremlin anunciou neste sábado que prendeu 11 pessoas, incluindo quatro agressores vinculados ao ataque, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico.
"Pouco antes do início do show, de repente ouvimos várias rajadas de metralhadora e o grito terrível de uma mulher. E depois muitos gritos", disse à AFP Alexei, produtor musical que estava nos camarins no momento do ataque. "Apenas três ou quatro rajadas no início, depois mais algumas", acrescentou.
Dos camarins observou o pânico dos espectadores. "As pessoas corriam para o palco, um movimento terrível da multidão". Junto com outras pessoas no local, ele se "entrincheirou" antes de procurar uma maneira de sair rapidamente. No caminho ele diz ter visto "fumaça e cinzas" em uma das salas, antes de chegar à saída.
Na manhã deste sábado, os bombeiros haviam controlado quase completamente o grande incêndio que eclodiu após o ataque, segundo as autoridades. A Comissão de Investigação indicou que os supostos agressores usaram "líquido inflamável" para incendiar o edifício.
No terreno, um jornalista da AFP viu vários policiais patrulhando a área e inúmeros veículos dos serviços de emergência, cujas luzes iluminavam a noite.
Entretanto, os trabalhos continuaram na manhã deste sábado para "resgatar pessoas do telhado do edifício", indicou o Ministério de Situações de Emergência, depois de anunciar que uma centena de pessoas foram retiradas do porão do local.
Na noite de sexta-feira, centenas de fãs reuniram-se para assistir a um show do grupo de rock Piknik, mas minutos antes do início do espetáculo, indivíduos armados entraram na sala e desencadearam o caos. Pelo menos 133 pessoas morreram, de acordo com o último balanço provisório do Comitê de Investigação Russo.
"Estou completamente apavorado, sinto que todo o meu corpo dói", lamentou Semion Khraptsov, cuja esposa estava no show e lhe telefonou no momento do ataque, sem que ele conseguisse compreender o que ela dizia.
"Vim assim que soube o que aconteceu", acrescentou o homem de 33 anos, que admitiu sentir-se impotente. "Não sei o que fazer, é um desespero total".
Pouco antes, vídeos publicados em canais do Telegram considerados próximos às forças de segurança mostravam pelo menos dois homens armados avançando em direção à sala e outros vídeos mostravam corpos e pessoas correndo em direção à saída.
Igor Bogodaiev, de 30 anos, também esperava um sinal de vida da esposa, cujo telefone está desligado. "Estou com medo", declarou ele. "Não sei o que fazer", acrescentou, dizendo que os seus amigos tentaram em vão obter informações sobre a sua esposa nos hospitais.
O Kremlin anunciou neste sábado que prendeu 11 pessoas, incluindo quatro agressores vinculados ao ataque, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico.
"Pouco antes do início do show, de repente ouvimos várias rajadas de metralhadora e o grito terrível de uma mulher. E depois muitos gritos", disse à AFP Alexei, produtor musical que estava nos camarins no momento do ataque. "Apenas três ou quatro rajadas no início, depois mais algumas", acrescentou.
Dos camarins observou o pânico dos espectadores. "As pessoas corriam para o palco, um movimento terrível da multidão". Junto com outras pessoas no local, ele se "entrincheirou" antes de procurar uma maneira de sair rapidamente. No caminho ele diz ter visto "fumaça e cinzas" em uma das salas, antes de chegar à saída.
Na manhã deste sábado, os bombeiros haviam controlado quase completamente o grande incêndio que eclodiu após o ataque, segundo as autoridades. A Comissão de Investigação indicou que os supostos agressores usaram "líquido inflamável" para incendiar o edifício.
No terreno, um jornalista da AFP viu vários policiais patrulhando a área e inúmeros veículos dos serviços de emergência, cujas luzes iluminavam a noite.
Entretanto, os trabalhos continuaram na manhã deste sábado para "resgatar pessoas do telhado do edifício", indicou o Ministério de Situações de Emergência, depois de anunciar que uma centena de pessoas foram retiradas do porão do local.
*Com informações da AFP
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.