Joe Biden durante entrevista para George Stephanopoulos na sexta-feira (5)Reprodução / ABC News
Publicado 06/07/2024 07:24
Joe Biden persistiu nesta sexta-feira (05) na defesa da sua candidatura à presidência americana, durante uma entrevista em que se esquivou de perguntas sobre sua agilidade mental.

A entrevista à rede de TV ABC pretendia virar a página do seu desempenho desastroso no primeiro debate eleitoral contra Donald Trump, mas sua voz apagada e algumas respostas com frases incompletas ou desconexas não parecem que vão livrá-lo dos problemas.

“Ninguém está mais qualificado do que eu” para vencer as eleições, afirmou o presidente democrata, 81, em uma tentativa de silenciar as vozes dentro do seu partido que lhe pedem que se retire da disputa eleitoral.

Biden respondeu evasivamente às insistentes perguntas do jornalista George Stephanopoulos sobre sua capacidade cognitiva. Quando perguntado se estaria disposto a se submeter a um teste, o presidente respondeu: “Faço um teste cognitivo todos os dias. Não estou apenas fazendo campanha, mas também dirigindo o mundo."

Durante 22 minutos, Biden atribuiu seu mau desempenho no debate contra Trump, durante o qual se mostrou confuso e chegou a divagar, a uma "noite ruim" causada por um resfriado e cansaço extremo.

"Estava doente, eu me sentia péssimo", explicou o presidente, que não acredita nas pesquisas que dão a Trump uma vantagem em nível nacional e nos estados-chave. Para ele, a disputa com o republicano está acirrada.

O jornalista perguntou a Biden se ele havia assistido posteriormente ao seu debate com Trump. "Acho que não", respondeu o presidente.

"Biden está em em negação e decadência", publicou na rede social X a porta-voz de Trump, Karoline Leavitt.

'Senhor todo-poderoso' 
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Os amigos de Biden foram menos duros, porém críticos. "O presidente está legitimamente orgulhoso da sua história, mas perigosamente desconectado das preocupações das pessoas com sua capacidade de avançar e sua posição nessa corrida”, publicou na rede social X o influente David Axelrod, ex-estrategista de Barack Obama.

O candidato democrata ainda tem um caminho pela frente para apagar a má impressão que deixou no debate, cujas consequências imediatas não soube gerenciar.

Quatro congressistas democratas já pediram a Biden que desista da disputa. A governadora Maura Healey pediu que ele avalie sua candidatura "cuidadosamente".

O presidente ignorou os apelos: "Se o Senhor todo-poderoso descesse e dissesse: ‘Joe, deixe a corrida’, eu deixaria a corrida. Mas ele não vai descer."

O democrata parecia bem menos enérgico na entrevista do que durante um comício no qual discursou com a ajuda de um teleprompter pouco antes, no estado de Wisconsin, no qual afirmou: "Sou candidato e vou vencer novamente."

"Deixem-me ser claro: sigo na corrida. Vou derrotar Donald Trump" nas eleições de novembro, insistiu Biden, diante de milhares de apoiadores. Combativo e determinado, ele tentou responder às preocupações sobre sua idade. "Acham que sou muito velho para vencer Donald Trump?", perguntou, recebendo um enfático "Não!" do público como resposta.
 
 
 
 
 
 
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