José 'Pepe' Mujica, durante discurso em comício do candidato Yamandú OrsiReprodução / YouTube
Publicado 22/10/2024 08:13 | Atualizado 22/10/2024 08:15
O ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, de 89 anos, deu fortes declarações durante um evento de campanha, afirmando que está "lutando contra a morte" e "muito perto de onde não se volta". O discurso foi realizado em um ato do candidato presidencial progressista Yamandú Orsi, do Movimento de Participação Popular (MPP).
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"É a primeira vez nos últimos 40 anos que não participo de uma campanha eleitoral. E eu faço isso porque estou lutando contra a morte. Porque estou no final da partida, absolutamente convencido e consciente. Mas eu tinha que vir aqui hoje, pelo que vocês simbolizam", disse, durante o evento político, que aconteceu no último sábado (19).
Mujica é considerado um dos líderes de esquerda mais populares da América Latina. Ele governou Uruguai de 2010 a 2015 e já acumulou cargos como ministro da Agricultura, entre 2005 e 2008, e senador, entre 2015 e 2018. Na década de 1970, ele foi guerrilheiro do Movimento de Libertação Nacional Tupamaros e acabou preso de 1972 a 1984, durante a ditadura militar do país.
"Sou um velho, sou um velho que está muito, muito perto de onde não se volta. Mas eu sou feliz porque vocês estão aqui, porque quando meus braços se forem, haverá milhares de braços substituindo-os na luta, E toda a minha vida eu disse que os melhores líderes são aqueles que saem de uma equipe que os supera com vantagem", disparou.
"Não ao ódio! Não à confrontação! É preciso trabalhar pela esperança! Até sempre! Dou meu coração a vocês. Muito obrigado. Tenho que agradecer à vida, porque quando esses braços se forem, haverá milhões de braços. Obrigado por existirem. Até sempre", finalizou.
Eleições à vista
O Uruguai se prepara para as suas eleições presidenciais, que acontecerão neste domingo (27). Pupilo de Mujica, o candidato progressista Yamandú Orsi é o favorito para vencer o pleito, de acordo com as pesquisas eleitorais. Ele é seguido de Álvaro Delgado, secretário da Presidência durante o governo do atual mandatário, Luis Alberto Lacalle Pou.
Caso nenhum dos candidatos atinja mais de 50% dos votos, a decisão irá para o segundo turno, que seria realizado em 19 de novembro.
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