Publicado 03/12/2025 13:55
A família de um pescador colombiano que morreu em um dos ataques ordenados pelo governo do presidente norte-americano, Donald Trump, no Caribe denunciou os Estados Unidos na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e negou que ele transportasse drogas em sua lancha.
PublicidadeEm 15 de setembro, Alejandro Carranza saiu da cidade costeira de Santa Marta para pescar em mar aberto e apareceu morto dias depois, relataram seus familiares à AFP em outubro.
Nos ataques lançados por Washington morreram mais de 80 pessoas que viajavam em lanchas supostamente carregadas com drogas no Caribe e no Pacífico.
"Sabemos que Pete Hegseth, secretário da Defesa dos Estados Unidos, foi o responsável por ordenar o bombardeio de embarcações como a de Alejandro Carranza Medina e o assassinato de todas as pessoas que estavam nelas", assinala a primeira denúncia formal sobre estas mortes apresentada a um organismo internacional, à qual a AFP teve acesso nesta quarta-feira (3).
"O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ratificou a conduta do secretário", acrescenta.
Dan Kovalik, advogado do presidente colombiano, Gustavo Petro, nos Estados Unidos, também é advogado da família Carranza e foi quem apresentou a denúncia na CIDH.
Em entrevista à AFP em outubro, a viúva do pescador, Katerine Hernández, assegurou que Carranza era um "bom rapaz". O pescador deixou quatro filhos e, segundo a denúncia, sua família agora recebe ameaças de paramilitares na região.
"Ele não tinha vínculos com o narcotráfico e sua atividade diária era pescar", afirmou.
Petro prometeu dar apoio à família e se refere a estas mortes como "execuções extrajudiciais" em meio a seus constantes embates com o governo dos Estados Unidos.
As relações bilaterais entre Bogotá e Washington, aliados históricos, atravessam um mau momento em meio a estes embates. Os Estados Unidos retiraram da Colômbia a certificação como aliada antidrogas e as sanções contra Petro e seu círculo próximo se multiplicaram.
A Casa Branca tem repetido que o próximo passo em sua luta contra o narcotráfico é uma ação terrestre, principalmente na Venezuela.
Para o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que exerce um questionado terceiro mandato, os ataques ocultam o objetivo real dos Estados Unidos, que é derrubá-lo.
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