Novo ataque deixou três mortos nesta quinta-feira (6)Reprodução
Washington iniciou os ataques em setembro, contra embarcações em águas caribenhas e do Pacífico leste. Alguns especialistas alertaram que as ações equivalem a "execuções extrajudiciais", mesmo quando visam traficantes conhecidos.
Segundo o secretário do Departamento de Guerra, Pete Hegseth, que publicou imagens aéreas do ataque na rede social X, a nova ação ocorreu em águas internacionais e tinha como alvo "uma embarcação operada por uma Organização Terrorista Designada".
O vídeo mostra uma embarcação navegando antes de explodir em chamas. "Três narcoterroristas masculinos - que estavam a bordo da embarcação - morreram", acrescentou Hegseth, sem revelar mais detalhes.
Com o ataque mais recente, o número de mortos na campanha antidrogas dos Estados Unidos chegou a pelo menos 70.
Washington destruiu pelo menos 18 embarcações desde o início da campanha: 17 barcos e um semissubmersível. Até o momento, no entanto, não apresentou evidências de que os alvos eram narcotraficantes ou representavam uma ameaça ao país.
"A todos os narcoterroristas que ameaçam nossa pátria: se querem continuar vivos, parem de traficar drogas. Se continuarem traficando drogas mortais, nós os mataremos", acrescentou o chefe do Pentágono.
A administração do presidente Donald Trump reposicionou forças na América Latina, o que afirma ser uma medida para erradicar o tráfico de drogas.
O governo americano enviou seis navios ao Caribe, caças F-35 para Porto Rico e ordenou ao grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford que seguisse para a região.
As forças dos Estados Unidos também realizaram demonstrações de força perto da Venezuela, sobrevoando o mar do Caribe próximo da costa do país em pelo menos quatro ocasiões desde meados de outubro.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou Trump de tentar derrubar seu governo. O esquerdista, acusado de tráfico de drogas pelos Estados Unidos, insiste que não há cultivos de drogas em seu país.
'Conflito armado'
Os governos e famílias das vítimas dos ataques americanos afirmam que muitas vítimas eram civis, principalmente pescadores.
O chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas, Volker Turk, declarou que as mortes ocorreram "em circunstâncias que não encontram justificativa no direito internacional".

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