Além da exposição no MAC para comemorar os 80 anos do Museu Antonio Parreiras (MAP) o público poderá participar de uma campanha para sua reabertura.Divulgação
Publicado 04/01/2022 19:50
As comemorações dos 80 anos do Museu Antonio Parreiras (MAP) serão iniciadas pela Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), que vai apresentar a exposição Antonio Parreiras: paisagens e marinhas, de 7 a 23 de janeiro, no MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Niterói. Com curadoria de Vanda Klabin, a mostra reúne 37 telas realizadas pelo pintor, entre 1887 e 1937, e evidencia o pioneirismo do MAP, como primeiro museu de arte do estado do Rio de Janeiro e o primeiro, no Brasil, dedicado à memória de um artista. O horário de visitação é de terça a domingo, de 10h a 18h e a entrada inteira custa R$ 12.

Reconhecido como um dos principais paisagistas brasileiros, Antonio Diogo da Silva Parreiras nasceu em Niterói, em 1860. Em 1884, quando aluno do artista alemão Georg Grimm, abandonou a Academia Nacional de Belas Artes, acompanhando o mestre e outros colegas para formar o Grupo Grimm, no bairro de Boa Viagem. Realizou diversas viagens de aperfeiçoamento à Europa, pintou paisagens, nus, retratos e quadros de temas históricos, sendo escolhido como o maior pintor brasileiro em votação realizada pela revista Fon-Fon, em 1925. No ano seguinte, amplamente consagrado como artista, publicou o livro autobiográfico História de um pintor contada por ele mesmo.

Sobre a obra de Parreiras, Vanda Klabin destacou a forte relação do artista com a paisagem: "Sua sensibilidade pictórica e o constante fascínio que a natureza observada de perto exerceram no seu vocabulário visual traduzem a sua contribuição inovadora para o universo da arte brasileira". A interpretação singular da natureza pelo pintor poderá ser conferida, no salão principal do MAC, em telas como "A tarde", vendida em 1887 para financiar a primeira viagem de estudo do artista à Europa, e "O fogo", integrante da última exposição de Antonio Parreiras, em 1936, e que denuncia as queimadas nas florestas brasileiras. A exposição, que é patrocinada pela associação Lazuli Belas Artes e pelas incorporadoras União Realizações e Mônaco, conta também com duas obras do artista alemão George Grimm, mestre de Parreiras, e um retrato do homenageado, por Numa-Camille Ayrinhac.

Protocolos Sanitários - De acordo com o Decreto Municipal 14.142/ 2021, é necessário apresentar o comprovante de vacinação em dia, no formato impresso ou digital, acompanhado de um documento com foto. Todos os protocolos sanitários de combate à COVID-19 são seguidos.


Público poderá colaborar com a reabertura e ampliação do MAP, por meio de campanha coletiva
Prestes a completar 80 anos, em janeiro de 2022, e fechado há quase uma década, o Museu Antonio Parreiras, que preserva a obra e a memória de um dos maiores artistas de Niterói e do Brasil, poderá ser duplamente abraçado pelos niteroienses neste começo de ano. O Lazuli Belas Artes, associação sem fins lucrativos, criou uma campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) para arrecadar fundos e colaborar com a recuperação e modernização do espaço. A meta inicial é levantar R$ 500 mil.
As doações podem ser realizadas pelo site https://nova.kickante.com.br/l/revitalizamuseuantonioparreiras. As contrapartidas simbólicas para os doadores vão desde e-mails de agradecimento até a inserção dos nomes como colaboradores no site do Museu. Pelo site, será possível acompanhar o valor arrecadado, como ele será investido e o cronograma das obras.



As obras de recuperação e de modernização dos prédios e do jardim histórico do Museu Antônio Parreiras, conjunto arquitetônico e paisagístico tombado, estão previstas para começar ainda em 2022 e devem ser concluídas em 2023. Segundo a Coordenação de Museus da FUNARJ, a obra será dividida em duas fases: a primeira focada na residência e no novo anexo; a segunda será destinada ao atelier, à Vila Olga e ao jardim histórico com um projeto de acessibilidade integrado. Posteriormente, serão promovidas exposições de longa e de curta duração nos espaços recuperados.

A diretora de operações da União Realizações e responsável pelo Lazuli Belas Artes, Paula Barbosa, comentou o que motivou esse movimento de resgate cultural. "Algumas vezes a iniciativa privada precisa ser a faísca para grandes movimentos envolvendo o poder público e a sociedade. Acabamos de lançar um grande empreendimento no último terreno disponível na Boa Viagem e nos envolvemos com a rotina da região. O museu Antônio Parreiras faz parte de um corredor cultural e está fechado há nove anos. Tomamos conhecimento dos planos de reabertura do espaço e fizemos questão de ajudar a viabilizar e aumentar este movimento. Já temos mais de R$90 mil em doações e esperamos bater e superar as metas", explicou Paula.

Para José Roberto Gifford, presidente da Funarj, o aniversário de 80 anos do Museu representa o início de uma nova fase. "O projeto de recuperação e modernização está previsto para ser iniciado em 2022 e queremos que a população faça parte, colaborando desde agora, doando e se envolvendo com as etapas deste processo. Queremos ao final das obras promover o reencontro do público e o Museu, usufruindo dos seus espaços e da arte de Antonio Parreiras".

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