Deputado Federal Chico D'AngeloDivulgação
Publicado 04/08/2021 06:00
É comum que em tempos de Olimpíadas o esporte mobilize as pessoas, fato que hoje é amplificado pelo alcance das redes sociais. Com todos os questionamentos que podemos fazer a respeito da realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em uma situação mundial de emergência sanitária ainda não controlada, é inegável que as disputas despertam paixões e empatias no mundo inteiro.
A medalha de prata da menina Rayssa Leal – a skatista maranhense de 13 anos de idade – gerou reações as mais diversas: a venda de skates cresceu, crianças andam manifestando aos pais o interesse em se iniciar no esporte, projetos sociais de formação de skatistas passaram a ter mais visibilidade. Esperemos que tenham mais apoio privado e público, inclusive.
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Nessas circunstâncias, surgem também ideias estapafúrdias, como a dos reacionários que aproveitaram o triunfo da Fadinha para defender a legalização do trabalho infantil, agarrados ao argumento de que se uma criança de 13 anos pode fazer esporte, deveria também poder trabalhar legalmente.
Paulo Freire, o grande educador que está sendo lembrado pelo centenário comemorado neste ano de 2021, dizia que a Educação não pode ser limitada apenas pela escolaridade: ela acontece também nas ruas, nas casas, nas diversas formas de sociabilidade que as pessoas constroem no cotidiano. Darcy Ribeiro falava da relevância de se articular a escola, o esporte e o acesso à cultura como campos correlatos do processo educativo. 
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A retomada da vida normal após o tormento da pandemia é uma excelente oportunidade para pensarmos no estímulo à ocupação das ruas e das escolas com atividades culturais e ampliação do acesso a equipamentos e práticas lúdicas, esportivas e artísticas. A sensação de bem-estar que as práticas esportivas proporcionam também se articula ao setor da Saúde, especialmente nas estratégias de desenvolvimento da medicina preventiva. Pensar a saúde articulada ao esporte e à Educação, é estratégia de gestão que não pode ser desprezada.

Tantas vezes desprezado, discriminado, até mesmo proibido, o skate demonstrou ser um esporte capaz de estimular a recuperação de espaços urbanos degradados, gerar interação social entre jovens, se articular às
culturas de rua, como as do grafite e do rap. Que isso se expanda.
Rayssa Leal começou brincando nas ruas de Imperatriz, no Maranhão, e hoje é uma atleta de ponta. Se fosse obrigada a trabalhar de forma dura o dia inteiro, conforme defendem os arautos do obscurantismo, não estaria agora inspirando milhares de crianças brasileiras a seguir o seu exemplo. Que elas, as crianças,
possam ter o direito a brincar, estudar, praticar esportes e ter pleno acesso à Saúde. É disso que se trata.
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Chico D'Angelo é deputado federal pelo PDT-RJ
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