Publicado 04/05/2022 05:00
A Polícia Civil de Resende está investigando o caso da disseminação de mensagens racistas por alunos de um colégio particular através de um grupo de WhatsApp. O episódio aconteceu no último fim de semana e tomou as redes sociais da região Sul Fluminense. O crime foi registrado nesta terça-feira (3) na 89ª DP, que vai chamar todos os envolvidos, a maioria adolescentes, para prestar depoimentos.
Durante o fim de semana, alguns estudantes criaram um grupo intitulado "pretolandia da pas de ja". No espaço on-line, os adolescentes começaram a postar termos e frases racistas como: "criola mulher empregada", "odeio preto escravizado", e "preto é sujo, branco limpo". As mensagens de ódio às pessoas negras tomaram as redes sociais e geraram muito indignação.
A OAB/Resende divulgou uma nota de irresignação e repúdio quanto ao ato e informou que vai acompanhar o caso por meio da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil. Disse ainda que vai acionar o colégio para apurar o ocorrido e a responsabilidade administrativa dos envolvidos.
Segundo a advogada Francyne Lima, o caso deve ser tratado como racismo, e não como injúria racial, tendo em vista que as mensagens não se referem a nenhuma pessoa especificamente. "Enquanto a injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, ou origem, o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos discriminando a integralidade de uma raça. O crime de racismo está previsto na Lei 7.716/1989 e implica em uma conduta discriminatória que atinja a um determinado grupo", explicou.
Durante o fim de semana, alguns estudantes criaram um grupo intitulado "pretolandia da pas de ja". No espaço on-line, os adolescentes começaram a postar termos e frases racistas como: "criola mulher empregada", "odeio preto escravizado", e "preto é sujo, branco limpo". As mensagens de ódio às pessoas negras tomaram as redes sociais e geraram muito indignação.
A OAB/Resende divulgou uma nota de irresignação e repúdio quanto ao ato e informou que vai acompanhar o caso por meio da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil. Disse ainda que vai acionar o colégio para apurar o ocorrido e a responsabilidade administrativa dos envolvidos.
Segundo a advogada Francyne Lima, o caso deve ser tratado como racismo, e não como injúria racial, tendo em vista que as mensagens não se referem a nenhuma pessoa especificamente. "Enquanto a injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, ou origem, o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos discriminando a integralidade de uma raça. O crime de racismo está previsto na Lei 7.716/1989 e implica em uma conduta discriminatória que atinja a um determinado grupo", explicou.
Essa não foi a primeira vez que um caso de racismo envolvendo estudantes veio à tona na cidade de Resende. Em outubro do ano passado, a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc/RJ) apurou um caso de racismo ocorrido dentro de um colégio estadual.
O Colégio Santa Ângela, no qual os adolescentes fazem parte, postou uma nota nas redes sociais (Veja a nota completa abaixo). A unidade disse que tomou conhecimento do caso na manhã de segunda-feira (2) e que, logo depois disso, apurou os fatos e repassou às autoridades. A escola informou que, após um posicionamento legal, deve tomar as medidas cabíveis de acordo com o regimento interno. Também fez questão de ressaltar que o caso aconteceu fora do ambiente escolar, mas que causou indignação em todos.
Nota completa do Colégio Santa Ângela
O Colégio Santa Ângela, diante das mensagens que têm sido veiculadas em grupos fechados e também nas redes sociais, vem esclarecer:
Na manhã de ontem (02/05/22 – segunda-feira), por meio da Coordenação Pedagógica, tomamos conhecimento que alguns alunos dessa instituição criaram um grupo de WhatsApp no qual foram postadas mensagens de cunho racista, causando, claro, muita indignação em muitas pessoas, principalmente da nossa comunidade escolar.
Assim que tomamos conhecimento dos fatos, fomos atrás de informações que pudessem nos ajudar a melhor elucidar o caso, para que pudéssemos tomar as devidas providências.
No momento, estamos aguardando a apuração dos fatos, que já está em posse das autoridades competentes. Assim que tivermos um posicionamento, tomaremos as medidas cabíveis de acordo com o nosso regimento escolar.
Ressaltamos ainda, que TUDO OCORREU FORA DO AMBIENTE ESCOLAR e que nossa história fala por si só, com nove décadas de muito respeito, acolhimento e carinho com toda a população negra da cidade de Resende e região. Nesse sentido, a dor que essas mensagens causaram em muita gente também é sentida por todos nós e continuaremos a nossa missão de educar nossas crianças e jovens para formarmos uma sociedade mais justa, igual e fraterna.
No anseio que tudo se resolva o quanto antes, deixamos nosso pedido de desculpas e um abraço fraterno a todos que se sentiram prejudicados com essa situação e que as bênçãos do nosso Deus e nossa padroeira Nossa Senhora da Conceição recaiam sobre nós nesse momento tão difícil.
“Não há educação sem amor.” (Santa Ângela)
Colégio Santa Ângela, Resende, 3 de maio de 2022.
O Colégio Santa Ângela, no qual os adolescentes fazem parte, postou uma nota nas redes sociais (Veja a nota completa abaixo). A unidade disse que tomou conhecimento do caso na manhã de segunda-feira (2) e que, logo depois disso, apurou os fatos e repassou às autoridades. A escola informou que, após um posicionamento legal, deve tomar as medidas cabíveis de acordo com o regimento interno. Também fez questão de ressaltar que o caso aconteceu fora do ambiente escolar, mas que causou indignação em todos.
Nota completa do Colégio Santa Ângela
O Colégio Santa Ângela, diante das mensagens que têm sido veiculadas em grupos fechados e também nas redes sociais, vem esclarecer:
Na manhã de ontem (02/05/22 – segunda-feira), por meio da Coordenação Pedagógica, tomamos conhecimento que alguns alunos dessa instituição criaram um grupo de WhatsApp no qual foram postadas mensagens de cunho racista, causando, claro, muita indignação em muitas pessoas, principalmente da nossa comunidade escolar.
Assim que tomamos conhecimento dos fatos, fomos atrás de informações que pudessem nos ajudar a melhor elucidar o caso, para que pudéssemos tomar as devidas providências.
No momento, estamos aguardando a apuração dos fatos, que já está em posse das autoridades competentes. Assim que tivermos um posicionamento, tomaremos as medidas cabíveis de acordo com o nosso regimento escolar.
Ressaltamos ainda, que TUDO OCORREU FORA DO AMBIENTE ESCOLAR e que nossa história fala por si só, com nove décadas de muito respeito, acolhimento e carinho com toda a população negra da cidade de Resende e região. Nesse sentido, a dor que essas mensagens causaram em muita gente também é sentida por todos nós e continuaremos a nossa missão de educar nossas crianças e jovens para formarmos uma sociedade mais justa, igual e fraterna.
No anseio que tudo se resolva o quanto antes, deixamos nosso pedido de desculpas e um abraço fraterno a todos que se sentiram prejudicados com essa situação e que as bênçãos do nosso Deus e nossa padroeira Nossa Senhora da Conceição recaiam sobre nós nesse momento tão difícil.
“Não há educação sem amor.” (Santa Ângela)
Colégio Santa Ângela, Resende, 3 de maio de 2022.
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