Rio - O governador do estado, Luiz Fernando Pezão (MDB), defendeu neste sábado ação "mais forte" das Forças de Segurança para garantir a saída de combustível de refinarias e informou que a polícia está escoltando caminhões que deixam a Refinaria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, durante entrevista ao RJTV, da TV Globo.
O governador também disse que "hoje é um dia decisivo nas negociações do governo federal com os caminhoneiros, e que acredita que a situação nas estradas se resolva até amanhã".
"Estamos negociando com sindicatos, que estão na divisa com Minas Gerais querendo ir a Brasília conversar com o ministro Carlos Marun da Secretaria de Governo e o ministro chefe da Casa Civil Eliseu Padilha. Existe possibilidade de acordo", disse Pezão. "Tem que ter uma trégua, ninguém suporta mais isso. O dia de hoje é decisivo. Está na hora de terminar a greve. Nosso grande esforço hoje e amanhã é dialogar, mas também mostrar força, principalmente em lugares estratégicos, para liberar abastecimento para transportes e hospitais".
Ele afirmou que neste sábado três carretas saíram da Reduc para abastecer o sistema de barcas do Rio, que está operando parcialmente desde ontem. "A gente tem que entrar mais fortemente se precisar, principalmente nas refinarias. Já estamos com escolta para a retirada de combustível. Pedi ao interventor federal na segurança do Rio general Walter Braga Netto a escolta para abastecimento das empresas de transportes", disse Pezão, ao comentar o fato de apenas 23% da frota de ônibus do Estado estar circulando desde o início da manhã.
O governador enviou na sexta-feira, à Assembleia Legislativa do Rio um Projeto de Lei (PL) que propõe a redução da alíquota de ICMS do diesel no Estado de 16% para 12%, como resultado de acordo firmado entre o governo, transportadoras de combustível e o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado do Rio, em reunião realizada na quinta-feira,24. O PL será votado na casa em regime de urgência na próxima semana, e Pezão disse ter certeza de que será aprovado pelos deputados.
Também ao RJTV, o prefeito da capital, Marcelo Crivella (PRB), confirmou que as escolas do município só terão merenda para as crianças até segunda-feira. Na terça-feira, caso a crise de desabastecimento não seja contornada, será decretado ponto facultativo. Só os alunos que não se alimentam na escola (metade dos 650 mil estudantes), porque levam lanche de casa, iriam às escolas nessas condições.
Ele afirmou também que os hospitais municipais estão abastecidos de combustível para ambulâncias, e também de oxigênio. Quanto ao descarte de lixo, a prefeitura aguarda decisão judicial para que seja possível usar o antigo lixão de Gramacho (desativado), na Baixada Fluminense, como área de transbordo, para que o material depois seja encaminhado para o Aterro Sanitário de Seropédica, a 75 km da capital.
Já o prefeito Marcelo Crivella disse no fim da manhã deste sábado que o município vai entrar na Justiça para desobstruir as vias se a paralisação dos caminhoneiros não for suspensa até a próxima segunda-feira. A prefeitura também informou que vai decretar ponto facultativo a partir de segunda: só há garantia de merenda escolar para os 650 mil alunos da rede até esta data, segundo o secretário municipal da Casa Civil, Paulo Messina.
*Com informações do Estadão Conteúdo