Rio - Cinco suspeitos e um militar do Exército morreram no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, na manhã desta segunda-feira, durante uma operação deflagrada pelo Comando Conjunto da Intervenção Federal, em apoio à Secretaria Estadual de Segurança (inicialmente, o Exército havia informado que oito traficantes tinham morrido). O soldado, que foi atingido na cabeça, chegou a ser encaminhado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha, mas não resistiu e morreu. Um outro militar também foi ferido, porém, sem gravidade. Ele foi encaminhado para o Hospital Central do Exército e passa bem.
Pela manhã, moradores relataram tiroteio nas comunidades da Penha. Ainda há ações nos complexos do Alemão e da Maré, também na Zona Norte. Até o momento, dez suspeitos foram presos na ação.
Segundo as Forças Armadas, os trabalhos realizados nas comunidades estão no contexto das medidas implementadas pela Intervenção Federal na Segurança Pública. São realizados, entre outros precedimentos, o cerco, a estabilização das áreas e a remoção de barricadas. A PM informou no Twitter que foram apreendidos 430 kg de drogas na Maré.
Em represália a operação dos militares, bandidos incendiaram um ônibus na Linha Amarela no fim da manhã desta segunda. Segundo o coronel Carlos Frederico Gomes Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste, o ataque aconteceu a mando de bandidos, com o objetivo de atrapalhar as ações dos militares.
De acordo com o coronel, a ação que matou seis bandidos no tiroteio em um dos acessos da Ponte Rio-Niterói, na manhã desta segunda, tem uma relação de "causa e efeito" com a ação desencadeada pelas Forças Armadas. Os criminosos, oriundos da Vila dos Pinheiros, na Maré, fugiram do complexo para passar um tempo fora da região. Ao voltar de um baile funk, foram interceptados por policiais militares e houve confronto. O coronel classificou o revide como "irracionalidade dos bandidos".
"Eles estavam acostumados a atirarem nas Forças de Segurança e por falta de equipamento, carro, etc, as forças recuavam e eles continuavam atuando nessas comunidades. Hoje, as forças estão bem preparadas e mesmo assim eles continuam enfrentando. Eles usam roupas camufladas, coletes e fuzis. Nós não vamos permitir que isso aconteça", afirmou Cinelli.
De acordo com o comando, participam da ação 4,2 mil militares das Forças Armadas e 70 policiais civis, com o apoio de meios blindados e aeronaves. Os agentes realizam também revistas de pessoas e de veículos, além da checagem de antecedentes criminais. Policiais verificam denúncias de atividades criminosas, em especial as ligadas ao tráfico de drogas. Mandados judiciais poderão ser cumpridos.
No total, as ações principais ocorrem numa área que abrange 26 comunidades, com efeitos positivos para cerca de 550 mil habitantes.
O aplicativo Onde Tem Tiroteio registrou tiros na Vila Cruzeiro, Morro da Fé, Sereno, Caixa d'Água e Chatuba, todas na Penha. Moradores compartilharam nas redes sociais os momentos de tensão vividos nesta manhã.
"Os tiros continuam, cuidado!", escreveu um internauta.
"Muito tiro no Morro da Fé neste momento", destacou um segundo.
"Não temos mais o direito de ir e vir em paz para o nosso lar. Muito muito tiro mesmo", contou um terceiro.