Rio - Uma perseguição policial seguida de tiroteio deixou seis suspeitos mortos e fechou um dos acessos da Ponte-Rio Niterói, no sentido Rio, na manhã desta segunda-feira. Segundo a PM, um policial militar também ficou ferido na ação, mas passa bem. Um ônibus que passava pelo local no momento do tiroteio também foi atingido por disparos.
Segundo informações da Polícia Civil, nove criminosos voltavam de uma festa na comunidade da Alma, em São Gonçalo, a bordo de um HRV Branco e um Jeep Renagade, quando assaltaram um carro na Alameda São Boaventura, no Fonseca. Após policiais militares serem informados que um grupo armado fazia assaltos na região, uma operação envolvendo um blindado e cerca de dez policiais foi montada para capturar os bandidos. Os suspeitos foram interceptados na saída da Ponte Rio-Niterói, dando início a um intenso tiroteio.
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Ainda de acordo com a Civil, quatro criminosos morreram no local, e outros cinco foram encaminhados para o Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, onde outros dois dos bandidos não resistiram e também vieram à óbito. Um dos suspeitos mortos seria dono de um ponto de venda de drogas na comunidade dos Pinheiros. Entre os baleados estão criminosos conhecidos como Jacaré, China, Drogbar, Caloi e Carrapato, porém, não é possível afirmar qual deles foi morto pela polícia. Um policial militar, que foi atingido no pé, também foi socorrido na unidade, mas passa bem.
Um ônibus da linha 3221 D (Alcântara-Botafogo), que passava pelo local no momento do tiroteio ficou no meio do fogo cruzado e foi atingido por ao menos 14 disparos. Uma passageira foi atingida de raspão na perna, mas está fora de perigo.
"Vamos investigar se ele estavam indo para se abrigar em outra comunidade. Temos informações de que muitos bandidos estão vindo para Niterói e algumas comunidades de São Gonçalo e existem algumas guerras. Isso pode explicar porque eles estão transitando pela Ponte", revelou a Bárbara Lomba, delegada titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSI).
Marco Antônio de Jesus Silva, motorista do veículo, conta que um dos disparos atravessou o para-brisa e quase o acertou. "Já passei por arrastão, mas desse jeito, foi a primeira vez da minha vida (...) Só pensei em sobreviver e me proteger", conta.
Ao todo, quatro fuzis, quatro pistolas e duas granadas foram apreendidas na ação. A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DH-Ni/SG) foi acionada ao local para realização de perícia, onde foi constatado que o HRV branco levou mais de 60 tiros, enquanto o Jeep foi atingido por mais de 50 disparos. As placas dos veículos também teriam sido clonadas pelos bandidos.
Um morador da região contou que ficou assustado ao ouvir os disparos. "Acordei às 5h da manhã com muito tiro, parecia guerra. Pensamos que era alguma invasão. Me joguei debaixo da cama. Foram quase dez minutos de tiroteio", conta. "Isso é culpa do sistema. É por culpa dos governantes que isso acontece".
Já o coronel Márcio Guimarães, comandante do 12° BPM (Niterói), afirmou que o caso não tem relação com ações da Intervenção. "Houve um aumento de homicídios em decorrência de intervenção policial. No entanto, outros homicídios diminuíram. Trabalhamos para levar a paz. A nossa estratégia é mostrar que não vale a pena confrontar com a polícia. Esperamos que em breve armas e marginas diminuam. Se continuarem vamos combatê-los. Temos trabalhado com o Comando da Intervenção e estamos patrulhando toda a área de Maricá e Niterói. Entretanto, a ação de hoje não tem ligação com a intervenção", disse.