Marcello Siciliano (PHS) diz que está à disposição da Justiça, na qual disse confiar: 'Tenho certeza que no final eles vão ver que tudo foi uma baita covardia que tentaram fazer comigo' Estefan Radovicz/ Agência O DIA
Por RAFAEL NASCIMENTO
Publicado 14/12/2018 08:30 | Atualizado 14/12/2018 11:41

Rio - No dia em que os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completam 9 meses, a Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao vereador da capital fluminense Marcello Siciliano (PHS), 46 anos. A polícia esteve na casa do vereador, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, e agentes, no gabinete na Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia.

O parlamentar não foi encontrado em casa, mas sua mulher, Verônica Barbosa Garrido, estava no apartamento de luxo e foi conduzida à Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte, para prestar depoimentos. Na casa do vereador, os agentes precisaram quebrar uma parede para apreender um cofre que não conseguiu ser aberto no local. Também foram levados um tablet, um computador, documentos e arquivos de mídia como HD externo e CD na casa de Siciliano.

Verônica Barbosa Garrido, mulher de Marcello Siciliano (PHS), chega na Cidade da Polícia para depor Estefan Radovicz / Agência O Dia

Agentes da Polícia Civil chegaram por volta das 6h na Câmara Municipal. Como o gabinete de Siciliano estava fechado, os agentes arrombaram a porta, após tentarem encontrar um chaveiro. Foram apreendidos um CPU, um tablet, um HD externo e um computador. Em seguida, o gabinete foi lacrado. O vereador não chegou para trabalhar até às 9h.

Siciliano e a mulher prestam depoimentos na Cidade da Polícia. O vereador se diz revoltado e indignado com a ação policial e diz querer que o crime seja esclarecido. 

Em maio, uma testemunha apontou o vereador como um dos mandantes do crime. Ele chegou a prestar depoimento à polícia na ocasião. O miliciano Orlando Araújo, Orlando de Curicica, seria um dos articuladores dos assassinatos. Os dois negam envolvimento no crime.

O secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, disse em entrevista ao jornal Estado de São Paulo desta sexta-feira, que milicianos mataram Marielle, em um crime planejado desde 2017, por acreditarem que a vereadora poderia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras na Zona Oeste do Rio.

Nunes disse que a investigação busca coletar e cruzar dados em um quadro de deficiência estrutural grande que, segundo ele a Intervenção Federal encontrou. Ele disse que foram colhidos centenas de depoimentos sobre o caso, que conta com 19 volumes de investigação. "O erro que a gente não pode cometer não é deixar de anunciar até 31 de dezembro. O erro é anunciar precipitadamente e essas pessoas virem a ser inocentadas por um inquérito mal concluído", defendeu.

DH cumpriu 15 mandados relacionados às execuções

Na quinta-feira, equipes da Divisão de Homicídios do Rio (DH) cumpriram 15 mandados de busca e apreensão e de prisão relativos à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os mandados foram cumpridos em endereços espalhados em diversos municípios. Agentes estiveram na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em Angra dos Reis, na Costa Verde, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio e em Juiz de Fora, em Minas Gerais. 

De acordo com o delegado Giniton Lages, a operação deriva de inquéritos policiais paralelos às investigações do caso Marielle e Anderson. Desde que começaram as investigações, que apuram a autoria dos crimes, a Delegacia de Homicídios vem realizando várias operações policiais para a checagem de informações anônimas.

O delegado defende "a manutenção do absoluto sigilo das apurações realizadas, sendo esta a maior garantia para o alcance dos autores e mandantes dos crimes investigados”. 

 

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