Rio - Dois trens da SuperVia se chocaram violentamente, na manhã desta quarta-feira, na estação de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. A colisão aconteceu no ramal de Deodoro, sentido Zona Oeste, pouco antes das 7h. Um dos maquinistas ficou preso às ferragens por mais de seis horas. Outras oito pessoas ficaram feridas, sete delas foram socorridas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, e outra no Salgado Filho, no Méier, todas com ferimentos leves.
A diarista Andréia Mathias, de 43 anos, estava no último vagão do trem que bateu, e chegou a cair no chão por causa da colisão. "Muita gente se assustou com o barulho e a gente começou um a ajudar o outro. Eu só cai. Graças a Deus foi um grande livramento", relembra ela, que embarcou na Central e iria saltar em São Cristóvão, dizendo que o trem não estava cheio.
A colisão aconteceu por um tem que saiu da Central e bateu em outro que estava parado em São Cristóvão. O primeiro não teria sido avisado de que o outro estava na estação. Há relatos de que houve falhas na sinalização e dos controladores.
Os vagões dos trens envolvidos na colisão ficaram bastante danificados, atingindo a mureta da linha férrea e a fiação. A batida foi tão forte que o chassi de um dos trens foi arrancado. Um deles descarrillou. Agentes de três quartéis do Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar socorro às vítimas: Praça da Bandeira, Quartel Central e Vila Isabel.
A doméstica Marcielle Delfino, de 30 anos, disse que "todo dia tem problema" com os trens da SuperVia. Ela já foi vítima de um descarrilamento da concessionária. "Não dá mais para aturar a SuperVia. Está cada dia pior. Os trens não param nas estações, dão pane, não funcionam o ar, as pessoas passam mal, isso quando não temos que descer no meio do trilho e andar até a estação", reclama.
A SuperVia informou que instaurou uma comissão sindicância que terá 30 dias para apurar as causas da colisão. "A concessionária informa que os dois trens envolvidos no acidente, assim como toda a linha em que ocorreu a colisão, contavam com o ATP (Automatic Train Protection), equipamento que reforça o sistema de sinalização dos trens e da via", avisou, através de nota.
A Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) informou que a companhia poderá ser multada por causa do acidente. "Equipes técnicas foram enviadas à estação para fazer o levantando de local do acidente. Além das causas da colisão, também será objeto de análise pela agência reguladora a adequação do atendimento prestado aos usuários pela concessionária SuperVia e dos procedimentos adotados para o restabelecimento da normalidade na operação comercial dos trens", disse, em nota.
Vídeos feitos na estação mostram a situação no local; assista!
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