Após atacar vítima, de 15 anos, em escola, adolescente, de 16 anos, prestou depoimento em delegaciaRenan Schuindt/Agência o dia
Por O Dia
Publicado 14/03/2019 19:46 | Atualizado 14/03/2019 22:23

Rio - O adolescente que esfaqueou um estudante no Ciep Brigadeiro Sérgio Carvalho, na tarde desta quinta-feira, participava dos mesmos fóruns de propagação de ódio na internet que os atiradores do massacre de Suzano, na Grande São Paulo, de acordo com o delegado titular da 35ª DP (Campo Grande), Luís Mauricio Armond Campos.  

O episódio em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, aconteceu um dia após dez pessoas morrerem em um atentado em Suzano. Dois ex-alunos entraram Escola Estadual Raul Brasil, na manhã desta terça-feira, mataram oito vítimas, feriram 11 e se suicidaram em seguida. 

Segundo a Polícia Civil, o adolescente de 16 anos contou que queria se matar e levar alguém com ele. No depoimento, o jovem contou que não tinha coragem de se suicidar e matando alguém, ele ficaria em uma situação limite, o que resultaria na sua morte.

O secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, já havia adiantado a informação ao DIA, que o estudante pretendia atacar alguém aleatoriamente e se matar em seguida. De acordo com a mãe do autor do ataque, o filho tem problemas psicológicos.

Outros dois estudantes ficaram feridos no incidente. Mas segundo os funcionários, os ferimentos foram leves e devido ao pânico. As aulas da unidade foram suspensas nesta quinta-feira. 

Por causa do incidente e do Massacre de Suzano, a Seeduc antecipará para o primeiro semestre o programa de segurança nas escolas.

O Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis) com patrulhamento e policiamento nas escolas estava previsto para o segundo semestre deste ano.

O adolescente foi apreendido e o caso foi encaminhado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Atiradores pediram 'dicas' para atacar escola em fórum de propagação de ódio

Os atiradores que mataram oito pessoas e depois se suicidaram na Escola Estadual Raul Brasil em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, usaram o Dogolachan, maior fórum de propagação de ódio na internet brasileira, para juntar dicas e fazer planos para o ataque, de acordo com o portal de notícias R7.

O fórum, que é só acessível na dark net, é conhecido como um local onde são discutidos abertamente a prática de crimes, violação de direitos humanos, propagação de racismo, homofobia e misoginia. Nesta quarta-feira, após o atentado em Suzano membros usaram os chans (fóruns) para celebrar o massacre.

Atirador de Realengo é considerado herói no fórum

Wellington Menezes de Oliveira, autor do Massacre de Realengo, é considerado herói por membros do fórum. Em 2011, o homem de 23 anos matou 12 crianças e depois tirou a própria vida na Escola Municipal Tasso da Silveira, na Zona Oeste do Rio.

A intenção de Wellington era ferir os meninos e matar as meninas. Um ano após o massacre, a Polícia Federal descobriu que Wellington foi influenciado e incentivado por Marcelo Valle Silveira Mello e Emerson Eduardo Rodrigues Setim, então criadores da comunidade virtual Homini Sanctus, que se tornaria o Dogolachan anos depois.

O fórum era conhecido pelo ódio contra mulheres, além de ser contra qualquer outra minoria. Havia a suspeita de que Wellington fosse um incel — diminutivo da expressão "involuntary celibates", ou celibatários involuntários. 

Os incels não são um grupo organizado, mas se reúnem em fóruns de discussões na internet, onde falam sobre sua solidão, sua insegurança ou sobre a frustração por não conseguirem se relacionar. Eles pregam ódio e misoginia, além de culparem as mulheres por sua falta de vida sexual nas mulheres.

 

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