Publicado 06/05/2019 09:26
Rio - Manifestantes protestam contra o corte de verbas de instituições federais durante a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Colégio Militar na Tijuca, na Zona Norte do Rio, na manhã desta segunda-feira. O ato conta com alunos, pais e professores dos colégios Pedro II (CPII), Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFRJ), Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), Fundação Osório e o Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Cap-UFRJ).
O presidente participa de solenidade que marca 130 anos do Colégio Militar, na Tijuca. Além dele, estão presentes o governador do Rio, Wilson Witzel, e o prefeito da cidade, Marcelo Crivella. Mesmo com o som alto do evento no colégio, é possível ouvir os manifestantes que protestavam contra Bolsonaro em frente ao Colégio Pedro II, na calçada oposta ao da unidade escolar militar. O protesto critica o corte de 30% da verba das universidades e institutos federais, anunciado na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC).
Na cerimônia, Bolsonaro chegou a levantar uma criança, quando apareceu a cicatriz provocada pela facada e intervenções cirúrgicas que realizou após o atentado. O presidente depositou flores no túmulo do fundador do Colégio Militar, Tomás Coelho.
Enquanto o protesto critica o corte de verbas das instituições federais, que já enfrentam problemas e podem parar, Bolsonaro elogiava o Colégio Militar. Segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 41% de seu orçamento foi bloqueado.
"Os colégios Militares são exemplo de ensino e excelência para a educação brasileira. Queremos mais crianças e jovens estudando nesses bancos escolares. Respeito, disciplina e amor à pátria são fundamentos importantes desses colégios. As escolas militares honram todos os brasileiros, destacando-se nas avaliações de educação básica., algumas liderando o ranking nos estados", falou. O presidente também disse que pretende implantar um Colégio Militar em cada capital do país e que será construída no Campo de Marte, em São Paulo, " o maior Colégio Militar do Brasil."
"Precisamos promover uma educação que prepare nossos jovens para desafios da quarta revolução industrial. Queremos que nosso país ocupe o lugar que merece no mundo, é o que desejo para todos vocês. Dessa forma mudaremos o destino do Brasil. Nós confiamos em vocês, o Brasil confia em vocês", encerrou, citando também seu slogan durante a campanha.
Do lado de fora, sobram críticas ao corte feito pelo governo de Jair Bolsonaro na Educação. "Um país que faz corte na Educação não quer um futuro", disse Cláudia Souza, de 56 anos, mãe de uma aluna do Colégio Pedro II e que vê com preocupação a redução do repasse às instituições federais.
"Nos impactou muito, pois sabemos que vai inviabilizar o funcionamento do colégio, é um corte em cima de uma verba já prevista, utilizada e é dinheiro que paga luz, água, diz respeito ao dia a dia do colégio", diz. Segundo ela, uma grande reunião está prevista com pais, alunos, professores, técnicos de todos os campi no Teatro Mário Lago, na unidade do Pedro II de São Cristóvão, no próximo sábado, para discutir o corte e tomar providências.
"É um corte de verbas criminoso, que fere o direito da juventude de acesso à educação. Se eles falam que o que fazem nas escolas é balbúrdia, balbúrdia é cortar dinheiro da educação, atacar os direitos dos estudantes e dos profissionais da educação", falou Pedro Gorki, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
— Jornal O Dia (@jornalodia) 6 de maio de 2019
Comentários