Publicado 20/01/2020 11:50
Rio - O governador Wilson Witzel (PSC) disse, na manhã desta segunda-feira, que acredita que a Cedae pode ter sido vítima de sabotagem, que fez com que a qualidade de sua água venha sendo questionada há cerca de duas semanas.
"Desconfio que houve uma sabotagem exatamente para manchar a gestão eficiente que está sendo feita na Cedae preparando ela para o leilão", o governador defendeu, durante inauguração da base do programa Segurança Presente em Copacabana e no Leme, na Zona Sul do Rio.
O governador disse ainda que pediu para a Polícia Civil e a própria Cedae apurar o caso. Ele se diz surpreso com o fato de técnicos que trabalham na companhia "há anos" terem sido surpreendidos com as denúncias sobre a qualidade da água da companhia.
"Nós vamos apurar se essa imperícia foi dolosa (com intenção) ou culposa (sem intenção). A polícia está apurando, o conselho de administração da Cedae vai fazer uma investigação rigorosa, uma auditoria", contou.
INVESTIGAÇÃO
Na esfera policial, o caso é investigado pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD). Na semana passada, agentes da especializada estiveram na Estação de Tratamento do Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na quinta e sexta-feira para iniciar as apurações.
Na sexta, o ex e o atual chefe da estação, Júlio Cesar Antunes e Pedro Ortolano, respectivamente, e o coordenador de Operação de Tratamento da companhia Wellis Rodrigo da Silva Costa, prestaram depoimento de mais de quatro horas na sede da DDSD, na Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte do Rio.
Procurada sobre as investigações, a Polícia Civil se limitou a dizer que elas "estão em andamento e correm sob sigilo".
Já a Cedae não retornou à reportagem sobre a auditoria que o conselho administrativo da companhia faz sobre o caso, citada por Witzel.
CARVÃO ATIVADO
Para resolver o problema do gosto e da coloração da água que distribui, a Cedae vai iniciar, ainda nesta semana, a aplicação de carvão ativado pulverizado na estação do Guandu. A última parte do equipamento que vai permitir o novo tratamento chegou à estação neste domingo.
No total, além do carvão, a estação recebeu um silo, dois tanques de preparo, caixa dosadora e uma bomba. O maquinário, que foi feito sob encomenda, veio de Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, e do Paraná. A montagem dele foi iniciada ainda neste domingo. Os próximos passos serão a pulverização e a ativação do carvão.
"Assim que o carvão for aplicado no processo de tratamento, reterá a geosmina e, portanto, a água já não apresentará mais gosto e cheiro de terra. No entanto, a eliminação das alterações causadas pela geosmina em cada imóvel dependerá da renovação da água nos reservatórios internos", a Cedae avisa, em nota.
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