Carros de luxo são apreendidos pela Polícia Federal Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por BEATRIZ PEREZ e RAI AQUINO
Publicado 29/05/2020 14:01 | Atualizado 29/05/2020 14:01
Rio - Os carros avaliados em R$ 5 milhões apreendidos pelas polícias Civil e Rodoviária Federal (PRF) na quinta-feira podem ir a leilão. A Operação Party is Over (Acabou a festa) cumpriu 24 mandados de busca e apreensão contra um grupo que pratica "rachas" em rodovias do estado. São veículos de luxo, importados e com motores potentes.
O delegado responsável pelo caso, João Valentim, da 106 DP (Itaipava), diz que ao final do inquérito, pedirá a alienação dos bens para que sejam leiloados. "Iremos representar pela alienação (dos veículos). Estão na nossa custódia e permanecerão até eventual ordem judicial para leiloar", diz.
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Até o momento, 22 carros foram apreendidos e um deles ainda é procurado. Na parta da frente de pelo menos seis deles, que foram enviados para a Cidade da Polícia, no Jacaré, havia adesivos com a palavra Bravus.
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Além das apreensões, duas pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma, dentre elas o empresário Fábio Dutra Souza. De acordo com a PRF, o dono de um dos armamentos apresentou registro, mas ele tinha adulteração, caracterizando ilegalidade.
Um dos automóveis apreendido é um Porsche Carrera 911 GT RS3, avaliado em cerca de R$ 2 milhões. No Brasil, existem apenas nove modelos iguais a ele.
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O veículo pertence a Fábio, dono de uma concessionária de veículos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O empresário já havia sido preso pela Polícia Federal, em 2011, por suspeita de participação em uma quadrilha de contraventores e mafiosos israelenses.
Na ocasião, ele foi investigado por fazer parte de um grupo responsável por contrabando de pedras preciosas e importação de carros de luxo usados, prática proibida pela legislação brasileira, além de sonegação fiscal.
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Outro empresário alvo da ação de hoje é morador do Flamengo, na Zona Sul, e dono de uma loja de automóveis. Ele é apontado como encarregado de fazer modificações nos carros, agindo para prepará-los para os rachas e possui canais na Internet para divulgação das corridas.
Ainda segundo a PRF, os "pegas" em via pública colocam em risco a vida de inocentes. Os motoristas dirigem em alta velocidade, com exibição de manobras arriscadas, de forma irresponsável e desrespeitando a segurança dos demais usuários. Os participantes ainda filmam e publicam o material em canais de mídias sociais na Internet.
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Os mandados da operação foram cumpridos nos seguintes locais:
. ZONA OESTE: Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Campo Grande
. ZANA SUL: Copacabana, Leblon, Jardim Botânico, Botafogo e Flamengo
. ZONA NORTE: , Ilha do Governador, Benfica e Alto da Boa Vista
. BAIXADA: Duque de Caxias
. REGIÃO SERRANA: Miguel Pereira

As investigações para a operação começaram na 106ª DP (Itaipava), há cerca de um mês, após uma competição automobilística não autorizada envolvendo 26 carros na Rodovia Washington Luís (BR-040), entre Petrópolis e Itaipava, na Região Serrana, no dia 26 de abril.
Na ocasião, um dos envolvidos capotou com um BMW X1, quando dirigia em alta velocidade na altura do km 51 da Rio-Juiz de Fora. Após o acidente, ele fugiu do local por não ter habilitação, além de ter pedido a remoção do carro da via antes da chegada da perícia, alterando a cena do acidente.
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Segundo o delegado João Valentim, titular da 106ª DP, o grupo teria se encontrado às 9h da manhã do dia da competição, em um posto de gasolina na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul da capital, e seguido em comboio até o distrito de Itaipava, em Petrópolis. O racha começou ainda durante o trajeto, na Serra, com realização de manobras perigosas.
"Foram solicitadas imagens de monitoramento de diversos pontos da BR, desde o município do Rio, da Zona Sul, da Lagoa Rodrigo de Freitas, até o local do acidente. A partir de então, nós identificamos, com o auxílio da Polícia Rodoviária Federal, que esse veículo que se acidentou praticava o racha com outros 25 veículos", destaca o delegado.
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Com base em ações de inteligência, diligências e análise de mais de 16 horas de filmagens, foi possível identificar o autor do capotamento e todos os veículos envolvidos na disputa.
"Eles respondem pelos crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro que é a prática competição automobilística não autorizada, associação criminosa, já que sabe-se que eles praticam racha de modo habitual, corriqueiramente, e pontualmente um ou outro responderá por outro delito. Há fraude, adulteração de veículo automotor, apologia ao crime, por incentivar fato criminoso, consistente no racha", Valentim enumera.