Publicado 01/09/2020 07:02 | Atualizado 03/09/2020 08:58
Rio - A investigação sobre o suposto esquema de "rachadinha" (entrega de parte do salário, pelos assessores, ao parlamentar ou algum aliado) no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando ele era deputado estadual no Rio foi concluída pelo Ministério Público estadual (MPRJ). A informação foi divulgada pela instituição no fim da noite desta segunda-feira. Agora, o MPRJ vai decidir por denunciá-lo ou não.
O filho do presidente Jair Bolsonaro foi investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, em suposto esquema do qual faria parte seu então assessor parlamentar Fabrício Queiroz, demitido em 2018, quando surgiram os primeiros indícios de irregularidade no gabinete de Flávio. Queiroz está em prisão domiciliar na Taquara, na Zona Oeste.
O MPRJ informou que encaminhou o caso ao procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem, comunicando a conclusão das investigações. O teor do conteúdo não foi divulgado, já que as investigações estão sob sigilo.
O MPRJ informou que encaminhou o caso ao procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem, comunicando a conclusão das investigações. O teor do conteúdo não foi divulgado, já que as investigações estão sob sigilo.
FORO PRIVILEGIADO
Até julho deste ano, a investigação do caso corria em primeira instância, na 27ª Vara Criminal do Rio, e era realizada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc/MPRJ), cujos integrantes poderiam denunciar Flávio à Justiça, se considerassem existir indícios consistentes de crime. Mas o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) concedeu ao senador o direito a foro privilegiado por prerrogativa de função - por ter sido deputado, segundo o tribunal, ele tem direito a ser julgado diretamente pela segunda instância.
Por isso, o caso passou para a 27ª Vara para o Órgão Especial do TJRJ, composto por 25 desembargadores, e a acusação saiu da alçada do Gaecc e passou ao procurador-geral de Justiça.
Gussem firmou um termo de cooperação com o Gaecc para que o grupo seguisse na investigação, agora concluída. A eventual denúncia, no entanto, atualmente só pode ser feita pelo próprio procurador-geral.
O MPRJ recorreu da decisão do TJRJ de conceder foro privilegiado a Flávio e tenta suspender esse direito perante o Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não se manifestou. Por isso, o Ministério Público tem duas condutas possíveis, caso decida denunciar o senador: denunciá-lo diretamente ao Órgão Especial do TJRJ, atendendo à regra em vigor, ou aguardar a decisão do STF para o eventual retorno do processo à primeira instância - nesse caso, o próprio Gaecc poderia fazer a denúncia à 27ª Vara Criminal.
Gussem firmou um termo de cooperação com o Gaecc para que o grupo seguisse na investigação, agora concluída. A eventual denúncia, no entanto, atualmente só pode ser feita pelo próprio procurador-geral.
O MPRJ recorreu da decisão do TJRJ de conceder foro privilegiado a Flávio e tenta suspender esse direito perante o Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não se manifestou. Por isso, o Ministério Público tem duas condutas possíveis, caso decida denunciar o senador: denunciá-lo diretamente ao Órgão Especial do TJRJ, atendendo à regra em vigor, ou aguardar a decisão do STF para o eventual retorno do processo à primeira instância - nesse caso, o próprio Gaecc poderia fazer a denúncia à 27ª Vara Criminal.
DEFESA
Em nota, a defesa de Flávio afirmou que o comunicado do MPRJ é mentiroso.
Em nota, a defesa de Flávio afirmou que o comunicado do MPRJ é mentiroso.
"Não é verdade que a investigação tenha sido concluída nesta data. Ela já havia se encerrado com a oitiva do senador", diz o texto. "Os promotores do Gaecc manobraram para encontrar uma saída honrosa do Grupo da condução dos trabalhos. O grupo não poderia investigar o senador Flávio Bolsonaro, o que acarretou uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) devido à designação espúria para que o referido grupo permanecesse investigando o parlamentar. O prazo terminaria nesta segunda-feira (31) para explicações do procurador-geral de Justiça. Existe ainda procedimento junto ao CNMP para apurar os constantes vazamentos do procedimento que tramita sob sigilo", diz o texto.
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