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Por O Dia
Publicado 07/12/2020 14:42
Rio - A dor que se abateu sobre a família do PM Derinaldo Cardoso dos Santos, morto na última sexta-feira durante uma tentativa de assalto a uma loja da Casa & Vídeo em Mesquita, na Baixada Fluminense, na última sexta-feira (4), também teve reflexos na do suspeito de ter atirado e matado o cabo. A mãe de Jonathan Santos Targino, pediu perdão para a família do policial morto.
Ela, que preferiu não ser identificada, disse, em depoimento ao repórter fotográfico Luciano Belford, que pediu para o filho se entregar. "Quando ele me ligava, eu pedia o tempo todo para ele se entregar e ele dizia: "mãe, me ajuda". Eu nem sei o que dizer para essa família. Eu peço perdão por ele [Jonathan], e ele vai pagar pelo erro que cometeu", disse a mãe. 
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"Estou sofrendo a dor dessa família, sei que não perdi, a dor deles é pior do que a minha, mas estou sofrendo muito. Não criei filho para isso. Eu e a esposa dele resolvemos entregar ele, que a todo tempo queria se entregar, mas estava com medo dos policiais tirarem a vida dele. Meu filho dizia: 'mãe, quero me entregar, quero pagar pelo que eu fiz, pelo erro que fiz na minha vida', lembra ela.
A mulher conta, ainda muito emocionada, que sonha com o perdão da família do cabo Cardoso. "Tenho muita fé em Deus e espero que essa família me perdoe (chorando) pois eu sou mãe. Não fui conivente, não apoiei ele no que fez, nem eu e nem minha nora. Minha nora só faltava ficar maluca”, insiste ela, visivelmente abalada.
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A mulher conta que quando o filho entrou em contato com ela, ele logo disse: “Mãe, eu acabei com a minha vida, eu não queria fazer aquilo, estava em dúvida”. Ela afirma que desde o primeiro momento, Jonathan queria se entregar. “Mas estava com medo de alguém fazer alguma coisa com ele pelo erro que cometeu. Estava na cara”, afirma a mãe.
A mãe diz ainda que a família estava em contato com um advogado para poder efetuar a entrega de Jonathan, quando foi surpreendida pela polícia. “Só que os policiais chegaram na casa da minha nora no momento em que estávamos conversando com o advogado. Aí eles começaram a falar que ele teria que se entregar, eu falei que ele ia fazer isso. Aí os policiais me disseram: “Ele tinha que se entregar naquela hora “porque não damos até 17h para encontrarmos ele e matar”, acusa a mulher.
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Ela diz que ficou desesperada e que conversando com a nora, aceitou levar os policiais até onde estava o filho. “Eles prometeram para mim que só ia um carro, aí quando vimos atrás, vinha um caveirão. E eu fiquei assustada. Eu falei: ‘ele não disse que ia se entregar, não estou levando vocês lá? Não precisa disso”, lembra.
“Tiraram foto com ele (Jonathan), ele apanhou. A gente sabia disso, que eles iam fazer isso porque eles estavam revoltados”, afirma a mãe.
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Targino, que é o suspeito de ter atirado na cabeça de Derinaldo, foi preso neste domingo junto com um outro rapaz, identificado como Vagner da Silva, que teria dado cobertura para que os criminosos efetuassem o assalto. No dia do crime, a polícia já havia prendido Jhonny Silva Quirino, que aparece junto com Jonathan em imagens da câmera de segurança do estabelecimento no momento do assassinato. No mesmo dia, agentes também apreenderam, em um esconderijo na Vila Kennedy, Zona Oeste da cidade, a arma utilizada para efetuar o disparo.
Cláudio Castro, o governador em exercício, comemorou as prisões nas redes sociais. "Graças aos incansáveis esforços das nossas polícias e do setor de inteligência da SEAP, acabamos de prender mais dois suspeitos do assassinato do cabo Cardoso. Seguiremos trabalhando para solucionar outros casos e combater de frente ações criminosas no estado", disse em seu perfil no Twitter.
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Derinaldo foi enterrado sob forte comoção neste sábado (5) na capela 6 do cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Ele deixa a esposa e dois filhos. 
 
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