Publicado 08/12/2020 19:25 | Atualizado 08/12/2020 19:41
Rio - Familiares de Emily Victória Silva dos Santos, de 4 anos, e de Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, 7 anos, mortas na última sexta-feira (4), prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) na tarde desta terça-feira. Na saída, Lídia Moreira da Silva Santos, avó de Rebeca Beatriz e tia de Emily Victória, disse que foi questionada por um policial se as meninas tinham algo na mão. "Eram duas meninas de 4 e 7 anos brincando na calçada de casa numa sexta-feira, oito horas da noite. Aí um policial me chamou no canto e me perguntou se as meninas estavam com algum pedaço de pau na mão".
Sobre o inquérito, o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, disse que não foi passado nada e que ainda não sabe detalhes do laudo cadavérico. Este foi o segundo dia em que parentes e testemunhas do caso prestaram depoimento. Nesta segunda-feira (7), Alexsandro dos Santos, pai de Emily, esteve na DHBF.
Antes de prestar depoimento, no início da tarde, Lídia falou com a imprensa e reafirmou que os tiros que mataram as meninas partiram da Polícia Militar. "Só queremos justiça, que o culpado pague, seja quem for. Infelizmente foi um policial militar. Vi o carro da polícia atirando em direção a minha rua assim que desci do ônibus, e em seguida eles arrancaram. Quando cheguei no meu portão eu vi a minha sobrinha com um tiro na cabeça e minha neta caída no quintal. Quem socorreu a gente foi uma kombi de um rapaz que vende ovos e estava passando na hora. A polícia sequer prestou socorro", relatou.
"Confiamos no trabalho da Polícia Civil para descobrir quem de fato cometeu esse crime. Todas as testemunhas apontaram que os tiros partiram da viatura da Polícia Militar que estava na esquina, cerca de 50 metros das meninas. Descobrir quem foi o policial que atirou é o papel da Divisão de Homicídios e nós confiamos", completou Mondego.
Ainda segundo o advogado, uma testemunha em específico, que já prestou depoimento, teria visto o policial que atirou. "Ela não identifica o policial mas viu a posição que ele estava e descreveu como tudo aconteceu. É um depoimento chave. Temos outras testemunhas, a rua estava cheia no dia, era 20h da noite de uma sexta-feira de calor e tinha muita gente na rua".
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