Publicado 23/01/2021 18:07 | Atualizado 24/01/2021 15:43
Rio - A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, anunciou, durante coletiva de imprensa neste sábado, que espera começar a produzir sua vacina contra covid-19 nas próximas semanas. Durante a cerimônia simbólica, a Fiocruz iniciou as primeiras imunizações. Os primeiros vacinados foram os infectologistas Estevão Portela e Margareth Dalcomo.
Doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford – e fabricadas pelo Instituto Serum, na Índia – chegaram ao Rio na noite de sexta-feira. "Nós chegamos ontem bastante tarde aqui e começamos a ver um processo intenso de trabalho, que varou a madrugada e transcorreu durante a manhã. É muito emocionante fazer parte dessa história, ainda que saibamos que há muito trabalho por fazer", disse Nísia.
Os imunizantes foram levados à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde passaram por análises de segurança – uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As vacinas também foram etiquetadas com informações em português e liberadas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) distribuí-las pelo país.
Mauricio Zuma, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), disse que o sentimento é de esperança. "Existe uma expectativa muito grande pelas vacinas, essa é a esperança de milhões de brasileiros, e é explicada pela situação difícil que estamos vivendo. Hoje é um dia especial, estamos recebendo as vacinas do instituto Serum, na índia".
O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, aproveitou a cerimônia para agradecer os investimentos que a Fiocruz recebeu ao longo dos anos. "Essa vacina é um símbolo de muito investimento em uma instituição que tem mais de 100 anos de existência. Muito investimento foi feito para desenvolver esse complexo industrial da saúde ao longo de décadas. Então, fica o meu agradecimento a todos os governantes que investiram na ciência brasileira, que investiram no desenvolvimento do nosso complexo industrial aqui na Fiocruz, que é do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Eu também falo em nome de todos os secretários municipais de saúde do Brasil, eu agradeço a todos esses secretários municipais e profissionais de atenção primária das equipes de saúde da família que vão aplicar essas doses. Toda população deve muito aos profissionais de atenção primária", completou Soranz.
Após a cerimônia, Margareth Dalcomo, uma das primeiras vacinadas, disse que o país poderá celebrar quando a cobertura vacinal for relevante. "Pensei que vai chegar um dia que realmente poderemos comemorar. Hoje é um dia simbólico. Nós vamos comemorar de verdade quando tivermos 70% da população vacinada", disse.
A infectologista aproveitou para estimular a população a confiar na ciência e nas vacinas disponíveis. "Qualquer movimento que desestimule a população ou as pessoas a não tomarem a vacina, que é a única solução capaz de interromper a cadeia de transmissão e controlar uma pandemia desta magnitude, está fazendo um desserviço, uma desumanidade. Algo injustificável. Considero o movimento anti vacina marginal e sem nenhuma possibilidade de defesa", criticou.
Distribuição das doses
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que recebeu 185 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca e já está com toda a logística aérea e terrestre preparada para que as vacinas sejam disponibilizadas aos 92 municípios a partir da manhã da próxima segunda-feira (25/01).
Já a Secretaria Municipal de Saúde informou que vai receber 75 mil doses do imunizante. A pasta informou, também, que vai seguir o cronograma de vacinação do Programa Nacional de Imunizaçoes, do Ministério da Saúde.
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