Organização Social Unir Saúde teria superfaturado lista de produtos solicitadas pela Prefeitura de ItaperunaDivulgação
Por O Dia
Publicado 29/01/2021 18:05
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro bloqueou R$ 2,6 milhões da Organização Social Unir Saúde e de outros acusados de fraudes e superfaturamento em um contrato público da Prefeitura de Itaperuna, no interior do Rio. A investigação aponta que os itens comprados através da OS foram superfaturados em até 500%. A informação foi obtida pela Globonews com exclusividade.
Em uma lista de produtos comprados para a população da cidade, em dezembro de 2017, é possível identificar que os preços de diversos itens, como refrigerantes e frutas, estavam bem mais altos do que o ofertado no mercado. O refrigerante, por exemplo, custou aos cofres públicos R$ 11,52, sendo que neste mesmo período, o valor de mercado era de R$ 3,99. Em um outro caso, a secretaria de Assistência Social solicitou 35 melancias, mas a Unir Saúde apresentou uma nota fiscal com o valor ao equivalente de 416 melancias.
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De acordo com a reportagem, para o Ministério Público essa tabela seria a comprovação da corrupção. A OS também está ligada ao processo de impeachment contra Witzel. Investigações apontam que o governador afastado teria requalificado a Unir Saúde após a mesma ter sido desqualificada por apresentar diversas irregularidades em contratos anteriores. 

Organização atuava apenas na área da saúde 

A Unir Saúde havia firmado um acordo com a Prefeitura de Itaperuna para administrar centros de assistência social, mesmo tendo como segmento de serviço a área de saúde, como gestão de hospitais e unidades de pronto atendimento. A prefeitura da cidade pagou cerca de R$ 2,6 milhões para a OS entre 2017 e 2018.
Outros envolvidos no caso de superfaturamento da OS
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Além da Unir Saúde, o ex-prefeito de Itaperuna, doutor Marcus Vinícius e a esposa, Camila Andrade Pires, que atuava como secretária de assistência social, Andrea Baptista, ex-coordenadora da Unir Saúde e atualmente presidente da Fundação Leão XIII, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, viraram réus por improbidade. 
O Ministério Público também relacionou o empresário Mário Peixoto, preso em 2020 por comandar um esquema de corrupção, por ligação com a OS.

Ao Globo News, a defesa do empresário negou que ele tenha algum envolvimento com a OS. Já a defesa de Wilson Witzel disse que o governador afastado nunca negociou qualquer decisão judicial ou administrativa. Disse também que a requalificação foi pautada em critérios técnicos e, quando o governador soube de irregularidades na Saúde, tomou todas as providências para afastar os envolvidos.
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Andrea Baptista se defendeu dizendo que vai pedir que seu nome seja desvinculado ao processo, já que na época ela era coordenadora técnica de assistência social e não tinha atuado em prestação de contas nem nas decisões administrativas e financeiras da OS.

O DIA tentou contato com a Unir Saúde mas até o momento não houve retorno. 
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