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A partir da análise de documentos, o MP identificou indícios de que a empresa investigada não realizou qualquer aquisição de produtos para fins de revenda ou de insumos para produzi-los, embora uma das notas fiscais analisadas diz respeito à venda de 10 mil unidades de álcool em gel e de sabonete líquido para a Fundação Pública Municipal de Educação de Niterói (FMEN). Diligência realizada no almoxarifado da Fundação averiguou que ali não havia registro de entrada de nenhuma das referidas mercadorias. A Fundação nega e diz que todo o material já foi entregue e está no almoxarifado da FMEN. A fundação encaminhou fotos do material.
O MPRJ também ressalta que, em virtude da propagação do Covid-19, a Anvisa editou resolução autorizando excepcionalmente a fabricação e comercialização, por empresas fabricantes de medicamentos saneantes e cosméticos regularizadas, de preparações antissépticas ou sanitizantes sem sua prévia autorização. Desta forma, tendo em vista seu enquadramento empresarial, a empresa não poderia sequer ter comercializado álcool em gel para a FMEN.
A investigação deve prosseguir visando identificar, ainda, outras contratações irregulares entre o Poder Público Municipal e as pessoas físicas e jurídicas apontadas no inquérito, que giram em torno de um milhão e seiscentos mil reais.
O MPRJ obteve, junto ao Juízo da Vara Criminal Especializada da comarca da Capital, a expedição de mandados de busca e apreensão no endereços dos alvos, além do bloqueio de valores em contas bancárias dos investigados e a suspensão do pagamento de toda e qualquer prestação supostamente devida pelo município de Niterói às empresas investigadas.
Todo o material já foi entregue e está no almoxarifado da FME, conforme pode ser observado nas fotos em anexo. Esse material já começou a ser utilizado em ações específicas da Secretaria de Educação, como a distribuição nas escolas de cestas básicas, e assim continuará em relação à distribuição de material pedagógico para famílias e alunos atendidos pela rede municipal. É importante destacar que a utilização de álcool em gel e sabonete líquido é essencial para proteger todos os profissionais de educação, sendo medida recomendada com ênfase pelas autoridades sanitárias. A distribuição terá caráter ostensivo, assim que as aulas presenciais regulares forem retomadas, quando as medidas de higienização deverão permanecer, por longo tempo, como estratégia de prevenção.
A Fundação Municipal de Educação ressalta que sempre pautou suas ações pela transparência e lisura. E, justamente por não tolerar qualquer tipo de desvio de conduta e estar sempre à disposição dos órgãos de controle para qualquer esclarecimento, surpreendeu-se com a desproporcionalidade da operação de hoje de alguns promotores do Ministério Público Estadual.
A ação que expõe servidores públicos à execração pública, com o nítido caráter midiático, até parece ter outros objetivos já que a FME sempre esteve à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos, inclusive junto ao Ministério Público Estadual. A Fundação Municipal de Educação estranha e lamenta que, para apurar uma compra totalmente legal, cujo material já até foi entregue, no valor de R$ 293.800,00, alguns promotores do MPRJ tenham recorrido a uma operação com apelo midiático, quando todos os servidores públicos da FME sempre estiveram prontos e disponíveis a prestar esclarecimentos.
Quem vai reparar o dano à imagem desses servidores públicos, expostos de maneira tão covarde e irresponsável?