Ao lado de Crivella, prestigiaram a inauguração o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley; o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro; o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux; o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Joel Ilan Paciornik; o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal, Fábio Wajngarten, que representou o presidente da República, Jair Bolsonaro; e o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque. O rabino Sérgio Margulies foi quem deu início à solenidade, com uma reza que abençoou o Memorial.
"Nesse memorial, cada visitante vai testemunhar e sentir na alma o sofrimento dos inocentes e aprender uma lição de que na vida é preciso vigiar o passado, porque ele sempre volta, se a gente se descuidar. Aqui se construirá no coração de cada visitante um sentimento de repúdio à violência e à covardia e também um altar para celebrar a vitória sobre o holocausto, o triunfo dos homens livres. Aqui há de se proclamar para sempre a vitória da esperança", declarou Crivella.
O presidente do STF, ministro Luiz Fux, destacou em seu discurso: "Esse Memorial é para que não padeçamos do vício da indiferença e também para que manifestemos a nossa indignação com o holocausto. Já o governador em exercício, Cláudio Castro, ressaltou a mensagem por trás do Memorial: "A inauguração desse monumento passa uma importante mensagem de respeito, amor e tolerância que é fundamental para a sociedade atual. Esse discurso de polarização, que é visto no mundo inteiro, principalmente na internet, gera ódio. E a História mostra onde isso pode chegar. Temos que recuperar a capacidade do diálogo", afirmou.
Alberto Klein, presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto, enfatizou: "O memorial não é só para o povo judeu, e sim para toda a sociedade".
Município e iniciativa privada juntos
O sonho do Memorial do Holocausto começou a virar realidade logo no início da gestão de Crivella à frente da Prefeitura. Em abril de 2018, foi assinado o termo de cessão de uso do terreno no Morro do Pasmado pelo Município à Associação Cultural Memorial do Holocausto. Coube então à associação a captação de recursos junto à iniciativa privada para a construção do empreendimento, sem ônus aos cofres públicos. A gestão do espaço cabe também à iniciativa privada.
As obras de construção do Memorial começaram em fevereiro de 2019. Em julho de 2020, o entorno do Memorial do Holocausto ganhou uma área externa com trilhas e bosques, que tornam ainda mais belo o Parque Yitzhak Rabin. O local, antes abandonado, ganhou nova vida, para se tornar importante ponto turístico, com área verde e mirante.
Mais sobre o Memorial
O projeto foi escolhido em 1998, por meio de um concurso público nacional promovido pela Prefeitura do Rio e o Instituto dos Arquitetos do Brasil. O idealizador do Memorial foi o então vereador Gerson Bergher, já falecido. O projeto vencedor - para construção do monumento de quase 20 metros de altura e da estrutura de 1.624 metros quadrados, dedicada à memória do holocausto, com área para exposições - foi o do arquiteto André Orioli, eleito por unanimidade pelo júri do concurso.
O futuro museu (ainda a ser inaugurado) oferecerá programação educacional aos alunos das redes pública e privada. O espaço também receberá exposições nacionais e internacionais com temas que dizem respeito à defesa dos direitos humanos, à tolerância e ao humanismo. Ele funcionará em cooperação com outras grandes instituições do gênero, como os memoriais de Jerusalém, Washington e a Casa Anne Frank, em Amsterdã, na Holanda.