Fachada do edifício-sede da CedaeTomaz Silva/Agência Brasil
Por O Dia
Publicado 02/02/2021 10:02 | Atualizado 02/02/2021 18:27
Rio - Depois de uma longo período de luta até a resolução do crise da água, há cerca de um ano, a questão da presença de geosmina voltou a ser motivo de reclamação entre a população do Rio desde o dia 21 de janeiro. Os moradores denunciam o retorno do mau cheiro e coloração escura do líquido tratado pela empresa. Na manhã desta segunda-feira (2), o presidente da Cedae, Edes Fernandes de Oliveira, falou sobre a 'falta de costume' da população com odores e colorações da água, em comparação com outros países do mundo.
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O presidente da empresa destacou os valores mais baixos do composto presente na água, em relação ao ano passado, e afirmou que não há com que se preocupar quanto ao gosto e cheiro de terra. "Os resultados obtidos mostram que os valores estão baixíssimos. O que a gente está percebendo, embora esses valores estejam baixos, é que são perceptíveis pelo olfato humano. Não há nenhum problema em relação a essa água com gosto e cheiro de terra. Não estou falando da água com cor forte. Quanto à geosmina, não há qualquer problema em relação à saúde. A gente sabe que a população do Rio não está acostumada a beber água com gosto e odor, mas não há problema em relação à saúde", disse, em entrevista do "Bom Dia Rio", da TV Globo.
Ao ser perguntando se o carioca deveria então se acostumar com a água com gosto de terra durante todo o verão, Oliveira voltou atrás e buscou se retratar. "Não. Quando eu falei isso, existem vários lugares no mundo que a água tem gosto e odor e estão acostumados. Nós não estamos. Uma obra que vai reduzir definitivamente esse problema. Enquanto isso, a solução do carvão ativado na captação está dando resultado. Se compararmos os resultados de geosmina do ano passado e desse ano, os valores são muito mais baixos", esclareceu.
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Oliveira afirmou ainda que a geosmina causa apenas gosto e odor de terra na água, e não afetaria a coloração. Com isso, segundo ele, casos em que consumidores estejam recebendo a água com cor barrenta são específicos. "É preciso que as pessoas entrem com recurso na Cedae pra que a gente avalie a situação. A água barrenta é questão pessoal. O Guandu abastece 70% do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. Se fosse um problema da produção, todas as pessoas estariam recebendo essa água. Precisamos enviar um técnico para avaliar a origem do problema", disse, indicando o telefone 0800-282-1195.
Questionado se haverá desconto nas contas, Oliveira recomendou que os consumidores com problemas na qualidade da água entrem em contato com os canais de atendimento da Cedae para que a questão seja avaliada caso a caso. "A gente tem os meios de contato, seja e-mail, seja a ouvidoria, telefone da Cedae, para que as pessoas entrem contato com a gente para avaliarmos a situação específica. As pessoas que estão tendo problema de coloração da água, nada tem a ver com a geosmina. Esses são casos isolados que a gente precisa ver qual é o problema, se é da rede, se é da caixa da pessoa, porque ás vezes tem um problema interno também. A geosmina é uma substância incolor, que não causa coloração na água", argumentou.
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Sobre a desatualização dos relatórios de geosmina da empresa, Edes de Oliveira explicou que a empresa continua observando o caso. "Estamos monitorando, sim. Esperamos que hoje receberemos os relatórios dos últimos dias. Agente tem um 'delay' (atraso) entre o dia da amostragem e do resultado para gosto e odor de quatro a cinco dias, mas estamos tentando agilizar para termos essas informações com mais rapidez. Os valores de geosmina, se forem comparados com os resultados do ano passado, são mais de 100 vezes inferiores. Mesmo com traços em concentração baixíssima, há a percepção do olfato", esclareceu o presidente.
Indagado sobre como fazia para lidar coma questão da água em sua casa, Oliveira confirmou sua confiança no trabalho da Cedae. "Não faço nada disso [ferver água para o consumo]. Eu bebo água da torneira, confio plenamente nos técnicos da Cedae, confio plenamente na água que a Cedae está testando. Na minha região não está chegando com gosto e odor. Isso é muito da percepção olfativa, que é diferente um do outro. Eu bebo água da torneira com a maior tranquilidade", comentou, sem especificar onde mora.
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