Crise da água da Cedae: Mau cheiro, presença de geosmina e tratamento
Problema voltou para o Rio de Janeiro após um ano
Rio - Após um ano do problema que afetou a maioria dos cariocas, a geosmina está de volta no Rio de Janeiro. No dia 21 de janeiro, moradores de diversos bairros do Rio e da Baixada Fluminense voltaram a reclamar da qualidade da água oferecida pela Cedae. Eles relataram mau cheiro, gosto ruim e coloração escura.
No dia 22 de janeiro, a Cedae informou que havia uma alteração na qualidade da água e que coletou amostras para análises e que os resultados completos dos testes. Além disso, destacou ter adotado medidas para reduzir o problema, como a aplicação de argila ionicamente modificada no trecho da Bacia do Guandu onde é feita a a captação para sua estação de tratamento. O produto reduziria a concentração de poluentes naquele ponto.
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Já no dia 28 do mesmo mês, o resultado da análise feita na água constatou a presença de geosmina na Estação Guandu, responsável por abastecer a Região Metropolitana. Segundo o presidente da Cedae, Edes Fernandes de Oliveira, o laudo mostrou que houve uma alta repentina do composto químico a partir do dia 9 de janeiro.
Ainda de acordo com Edes, a concentração de geosmina neste ano foi de 0,02 microgramas por litro, o que configura uma taxa 100 vezes menor do que no começo de 2020. Para resolver o transtorno da presença desse composto químico na distribuição, está sendo utilizado carvão ativado.
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Após o resultado, a Cedae disse que a água distribuída no Rio de Janeiro se encontrada dentro dos padrões de "potabilidade e consumo". Além disso, ressaltou que os traços de geosmina/Mib eram em níveis muito baixos, o que explica as alterações de gosto e odor.
Há um ano população sofria água turva da Cedae
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Há um ano a população sofria com o abastecimento de água turva pela Cedae. À época, consumidores deixavam as prateleiras vazias nos supermercados por conta da qualidade da água nas torneiras, que nem mesmo os filtros davam conta de tirar o gosto ruim e o mau cheiro. A explicação, na ocasião, foi que a mudança na coloração, sabor e cheiro havia sido provocada pela geosmina, um composto orgânico.
O laudo técnico do estudo afirmou que a "alta abundância de bactérias de origem fecal e bactérias degradadoras de compostos aromáticos sugerem contaminação por esgoto doméstico e industrial".
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Também foram identificadas bactérias entéricas de diversos gêneros que seriam indicadores da contaminação por fezes humanas. O documento chama a atenção que a presença de micro-organismos "potencialmente patogênicos e tóxicos na água bruta e no manancial é um alerta para a necessidade de monitoramento dessas águas".