Publicado 04/02/2021 14:06
Rio - Motoristas de aplicativo realizam uma manifestação, na tarde desta quinta-feira, em frente ao número 300 da Avenida Marechal Rondon, em São Francisco Xavier, onde o colega de trabalho Gabriel Augusto Paes, de 32 anos, foi assassinado nesta madrugada enquanto aguardava um passageiro.
Eles cobram mais segurança para trabalhar e regras mais claras por parte das empresas que possam proteger os trabalhadores.
"Nossas vidas importam sim. Queremos trabalhar com tranquilidade. Estamos circulando com medo hoje nas ruas. A qualquer hora podemos sofrer violência", disse o motorista de aplicativo Carlos Magno, de 45 anos.
Os motoristas se organizaram por grupos de mensagens para a manifestação após tomarem conhecimento da morte de Gabriel Paes.
Eles portavam cartazes com dizeres como "Quantas vidas mais vamos perder para termos mais segurança? Precisamos de ajuda já!" e "Vida de motorista de app também importa!".
Os carros dos trabalhadores, estacionados na pista lateral, também trazem inscrições no vidro traseiro. "Luto!" e "App sem segurança" eram algumas delas.
Eles cobram mais segurança para trabalhar e regras mais claras por parte das empresas que possam proteger os trabalhadores.
"Nossas vidas importam sim. Queremos trabalhar com tranquilidade. Estamos circulando com medo hoje nas ruas. A qualquer hora podemos sofrer violência", disse o motorista de aplicativo Carlos Magno, de 45 anos.
Os motoristas se organizaram por grupos de mensagens para a manifestação após tomarem conhecimento da morte de Gabriel Paes.
Eles portavam cartazes com dizeres como "Quantas vidas mais vamos perder para termos mais segurança? Precisamos de ajuda já!" e "Vida de motorista de app também importa!".
Os carros dos trabalhadores, estacionados na pista lateral, também trazem inscrições no vidro traseiro. "Luto!" e "App sem segurança" eram algumas delas.
Dentre as reivindicações dos motoristas, a redução do tempo mínimo de espera pelo passageiro, sinalização de áreas com alto risco de assalto e fim da obrigatoriedade de ter que viajar com as janelas abertas, o que deixaria os motoristas mais vulneráveis.
"O tempo mínimo de espera tinha que ser reduzido de cinco para dois minutos. Enquanto esperamos passageiros é o momento em que sofremos assaltos e podemos perder nossas vidas", disse José Luiz dos Santos, de 45 anos.
"Quem anda com vidro fechado com ar-condicionado tem medo de ser expulso do aplicativo. Mas, com janelas abertas, estamos inseguros. Eu pergunto pelo aplicativo à empresa e não há uma posição clara, aponta Magno.
Relatos de violência nas ruas do Rio não faltam entre os presentes na manifestação. Florêncio Bispo, de 58 anos, relata assalto à mão armada em Madureira. "Estava na Rua João Ribeiro e os assaltantes mostraram a arma e mandaram descer. Os passageiros ainda pediram para arrancar com o carro. Se eu fizesse isso poderia ter sido morto. Eles levaram o veículo".
Carlos Magno relatou um assalto relâmpago em Realengo: "Um miliciano entrou no carro armado com fuzil e ordenou que eu o levasse até uma comunidade próxima.
Relatos de violência nas ruas do Rio não faltam entre os presentes na manifestação. Florêncio Bispo, de 58 anos, relata assalto à mão armada em Madureira. "Estava na Rua João Ribeiro e os assaltantes mostraram a arma e mandaram descer. Os passageiros ainda pediram para arrancar com o carro. Se eu fizesse isso poderia ter sido morto. Eles levaram o veículo".
Carlos Magno relatou um assalto relâmpago em Realengo: "Um miliciano entrou no carro armado com fuzil e ordenou que eu o levasse até uma comunidade próxima.
João Eduardo, de 39 anos, um assalto em Belford Roxo: "Homens armados apontaram em minha direção. Levaram meu celular, mas poderia ter sido muito pior".
MORADORES DENUNCIAM ASSALTOS CONSTANTES
Moradores da região em que Gabriel Paes foi morto contam que o local registra grande número de assaltos, todos à mão armada.
"São cerca de quatro assaltos por semana", diz Marcelo Crisóstomo, de 49 anos, síndico de um condomínio da região: "Colocamos câmeras de segurança na portaria do prédio, no ano passado, para ajudar a polícia na identificação dos bandidos e para expor essa violência, para que não fique apenas nos relatos".
Também moradora do local, Sandra Siqueira, de 50 anos, conta que já fez abaixo-assinado entre moradores e enviou o documento ao 3º BPM (Méier) cobrando mais policiamento na região, sem efeito:
"As pessoas já nem acreditam mais. Mas vamos começar a acolher mais assinaturas para um novo abaixo-assinado. Esperamos que tenhamos atenção das autoridades desta vez".
Moradores da região em que Gabriel Paes foi morto contam que o local registra grande número de assaltos, todos à mão armada.
"São cerca de quatro assaltos por semana", diz Marcelo Crisóstomo, de 49 anos, síndico de um condomínio da região: "Colocamos câmeras de segurança na portaria do prédio, no ano passado, para ajudar a polícia na identificação dos bandidos e para expor essa violência, para que não fique apenas nos relatos".
Também moradora do local, Sandra Siqueira, de 50 anos, conta que já fez abaixo-assinado entre moradores e enviou o documento ao 3º BPM (Méier) cobrando mais policiamento na região, sem efeito:
"As pessoas já nem acreditam mais. Mas vamos começar a acolher mais assinaturas para um novo abaixo-assinado. Esperamos que tenhamos atenção das autoridades desta vez".
Procurada, a Polícia Militar afirmou que o 3ºBPM (Méier) "desenvolve ações de ostensividade nestes bairros através de roteiros de patrulhamento e com viaturas focadas em pontos indicados pela mancha criminal, com atenção nos locais com grande movimento de pessoas e fluxo de veículos".
Ainda conforme a corporação, o batalhão "também tem uma atuação intensificada através de equipes policiais empenhadas no programa Percurso Seguro, que visa coibir delitos onde a mancha criminal é mais acentuada e colaborar com a sensação de segurança da população".
A PM assinalou que houve redução de 36% nos crimes de roubo de veículo na circunscrição que compreende os bairros Riachuelo, Rocha e São Francisco Xavier quando comparados o ano de 2020 e o ano de 2019 segundo os dados compilados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). No mesmo período, os crimes de roubo de rua apresentaram o mesmo índice de queda na área do 3º BPM.
Ainda conforme a corporação, o batalhão "também tem uma atuação intensificada através de equipes policiais empenhadas no programa Percurso Seguro, que visa coibir delitos onde a mancha criminal é mais acentuada e colaborar com a sensação de segurança da população".
A PM assinalou que houve redução de 36% nos crimes de roubo de veículo na circunscrição que compreende os bairros Riachuelo, Rocha e São Francisco Xavier quando comparados o ano de 2020 e o ano de 2019 segundo os dados compilados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). No mesmo período, os crimes de roubo de rua apresentaram o mesmo índice de queda na área do 3º BPM.
O DIA também procurou as empresas Uber e 99 Táxi, para as quais os motoristas envolvidos no protesto trabalham, para que comentem as reivindicações dos moradores e motoristas. A Uber disse lamentar o caso e informou que a empresta está à disposição para colaborar com as investigação.
"A Uber lamenta que cidadãos que desejam apenas trabalhar ou se deslocar sejam vítimas da violência que permeia nossa sociedade. Ao que tudo indica pelas informações apresentadas, o caso não teria ocorrido durante viagem com o aplicativo. De qualquer forma, a Uber permanece à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações, na forma da lei."
A 99 Táxis lamentou a morte de Gabriel e apura se o crime ocorreu durante corrida pelo aplicativo. "Nos solidarizamos com a dor dos familiares e mobilizamos uma equipe para buscar contato com seus parentes para oferecer o acolhimento e todo o suporte necessário. A plataforma se coloca à disposição da polícia para compartilhar informações que possam ajudar a esclarecer os fatos e a punir os responsáveis."
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