Publicado 23/02/2021 08:08 | Atualizado 23/02/2021 09:32
Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) identificou o autor do assassinato do motorista de aplicativo Alexandre Jorge Monteiro de Souza, de 40 anos. Segundo as investigações, o acusado é o vigia de rua Jeferson Alves Simas, que trabalhava próximo ao local em que a vítima foi encontrada morta. Alexandre foi morto a facadas, na madrugada do dia 9 de fevereiro, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio.
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Segundo a polícia, após uma discussão, o autor atacou a vítima com golpes de faca na altura do pescoço, fugindo logo em seguida. Ferido, o motorista tentou chegar ao hospital em seu próprio carro, mas faleceu em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso. Os agentes disseram que Jeferson não retornou mais ao trabalho e ainda não foi localizado.
A DHC pede que quem tiver informações sobre Jeferson Alves Simas entre em contato com o Disque Denúncia, pelo telefone (21) 2253-1177.
A DHC pede que quem tiver informações sobre Jeferson Alves Simas entre em contato com o Disque Denúncia, pelo telefone (21) 2253-1177.
Parentes acusam hospital de não prestar socorro
Familiares de Alexandre acusam o Hospital Federal de Bonsucesso de não prestar o devido socorro a ele. Imagens das câmeras de segurança de um estabelecimento localizado em frente ao hospital mostram o exato momento em que ele estaciona no local.
De acordo com a esposa do motorista, Samila Souza, funcionários do hospital teriam negado o atendimento, já que a emergência da unidade estava fechada. "Acho que foi negligência do hospital. Será que se chegar alguém aqui pra ser atendido agora, não terá nenhum médico? Ninguém veio se pronunciar, nem mesmo olhar o que aconteceu", indignou-se.
O vídeo mostrou uma viatura da Polícia Militar parando do outro lado da rua. Os agentes saíram do carro para lanchar e só perceberam que havia um corpo dentro do carro em frente ao hospital, após pessoas que estavam lá dentro chamarem eles.
Demissão
Três vigilantes do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) que estavam de plantão no dia do ocorrido foram demitidos do serviço no hospital por, segundo eles, terem sido responsabilizados no caso da morte de Alexandre. O DIA ouviu um dos vigilantes, que alega ter sido dispensado injustamente.
A emergência do HFB está fechada desde o incêndio que atingiu, em 27 de outubro do ano passado, o prédio 1 da unidade, onde funcionava o serviço.
"O portão da emergência está lacrado, com corrente e cadeado e uma placa dizendo que o setor está fechado. Não há nenhuma placa informando que o atendimento foi transferido para outro local do hospital. Essa situação não pode cair na nossa conta. Se a emergência não está funcionando, isso não é culpa nossa. Estamos sendo bode expiatório nessa história", diz Fernando Alberigues da Silva, de 43 anos, que foi demitido depois de 13 anos de serviço no hospital.
Os outros vigilantes dispensados são Dezanias Nascimento e Josivaldo Alves. Eles tinham 16 anos e 14 anos de serviço no hospital, respectivamente.
"Nós, vigilantes, ficamos dentro do hospital. E há um vidro fosco que impede de vermos o que acontece do lado de fora. E quem está do lado de fora não consegue ver a parte de dentro. A função dos vigilantes que ficam na emergência é impedir que funcionários do hospital entrem no setor sem autorização da direção. Após a morte do motorista, nos ligaram do setor de zeladoria e hotelaria do hospital dizendo para nos apresentarmos na empresa terceirizada, que está avaliando se vamos trabalhar em outro local ou se seremos demitidos mesmo. Mas o hospital nos dispensou", explica Fernando, acrescentando que a orientação que recebem caso alguém procure a emergência é informar que o paciente deve procurar atendimento nos hospitais mais próximos: Souza Aguiar, no Centro, ou Getúlio Vargas, na Penha.
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