Grupo com cerca de 50 manifestantes reivindicam o pagamento dos saláriosReprodução
Por O Dia
Publicado 08/03/2021 17:37
Rio - Com o agravamento da pandemia da covid-19 durante as últimas semanas, é cada vez mais importante que a população fique mais tempo dentro de casa e possa ter uma estabilidade financeira para se sustentar. Mas nem todos os cidadãos cariocas estão tendo iguais condições de se manter nesse período. Funcionários públicos e terceirizados da cidade do Rio realizaram uma manifestação, nesta segunda-feira (8), em frente à Prefeitura do Rio, reivindicando o pagamento de salários atrasados. Uma representante dessa categoria que tem sofrido bastante com esse problema é Damiana Maria da Silva, de 43 anos, funcionária da empresa Soluções.
Moradora da Penha, na Zona Norte da capital fluminense, ela conta que já está sem receber seus vencimentos há praticamente dois meses e revela como o auxílio e a solidariedade dos parentes e de amigos está evitando um sofrimento maior do que o atual. Diz ainda que, por conta da falta de dinheiro, cuja responsabilidade, segundo Damiana, é das autoridades municipais, possui diversas contas atrasadas e se afunda a cada dia que passa em mais dívidas.
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"Então, daqui a pouco completará 60 dias que não recebo salário. Eu tenho uma criança de cinco meses na minha casa e estou praticamente sem mantimentos. Eu agradeço a Deus por não passar mais necessidade do que passo, já que meus vizinhos e familiares costumam me mandar alimentos como forma de ajuda nesse momento difícil. É um absurdo o que está ocorrendo, eles cancelaram nosso vale-refeição e hoje é o quinto dia útil do mês, e mesmo assim, continuamos sem ver a cor do dinheiro, porque o pagamento ainda não caiu. Temos carteira assinada e trabalhamos com dedicação para ver nossos direitos ignorados?”, desabafou a funcionária.
"Hoje, fizemos um protesto em frente à Prefeitura do Rio para saber se alguma providência seria tomada em relação a isso, mas, pelo visto, o pessoal de lá afirmou que não está devendo nenhuma quantia às firmas e que, portanto, são elas que estão em débito com os empregados, precisando quitar os salários atrasados. Ou seja, o problema ainda está longe de ser resolvido e estou muito chateada com a situação, porque dependo da minha estabilidade financeira para sustentar minha filha de 19 anos, meu filho de cinco meses, e meu neto que acabou de nascer", completou.
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Damiana esclareceu também que já procurou a empresa Soluções, para a qual trabalha, com o objetivo de saber se a companhia poderia dar uma solução a seus funcionários na questão referente ao recebimento dos honorários, mas explica que suas dúvidas e apelos nunca são atendidos. "Quando perguntamos à firma o que aconteceu, eles não dão satisfação. Estou nervosa e triste já, porque tenho que pagar as minhas contas e algumas estão até atrasadas. Então, a situação vai ficando cada vez mais complicada e eu mais desesperada, não estou aguentando mais tudo isso", afirmou ela.
Em nota, a Prefeitura do Rio informou não saber de nenhuma manifestação durante esta segunda-feira. Já a companhia Soluções também foi procurada pela reportagem, mas, até o momento, não se pronunciou. O DIA tenta contato com a empresa e o espaço está aberto para resposta.
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