Rio - A Polícia Civil prendeu, na manhã desta terça-feira (9), duas advogadas, um agente penitenciário e um casal sob a suspeita de estarem envolvidos em um esquema de fraude que falsificava alvarás de soltura para presos no sistema carcerário do Rio de Janeiro. Investigações apontam que pelo menos três detentos ganharam direito a liberdade por meio da quadrilha. Desde as primeiras horas do dia uma, Força-Tarefa montada pela Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (Polinter) e pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) está nas ruas para cumprir cinco mandados de prisão temporária e outros 16 mandados de busca e apreensão. Os presos são: as advogadas Débora Albernaz de Souza e Angélica Coutinho Rodrigues Malaquias, além do servidor da Seap Fábio Luis da Silva Polidoro. O casal Arlésio Luiz Pereira dos Santos e Josefa Antônio da Silva foram presos na Avenida Brasil, enquanto tentavam fugir de carro. DETENTOS BENEFICIADOS A polícia identificou, pelo menos, três detentos que conseguiram liberdade através do esquema de fraude da quadrilha. São eles: João Filipe Cordeiro Barbieri, João Victor Silva Roza e Gilmara Monique de Oliveira amorim. O detento João Barbieri é apontado como um dos maiores traficantes de armas do mundo. Ele é enteado de Frederick Barbieri, que está preso nos Estados Unidos. Frederick é conhecido internacionalmente como senhor das armas. Preso em 2017 e condenado a 27 anos de prisão por associação para o tráfico e tráfico internacional de armas, João Barbieri deixou o Complexo de Gericinó no fim do ano passado após uso de um alvará de soltura falso. Investigações da polícia apontam que o traficante liderou uma quadrilha que enviou para o Brasil centenas de fuzis escondidos em aquecedores de piscina. João Vitor também ganhou liberdade através do documento falso. Ele também é condenado por tráfico de armas. Gilmara Amorim é condenada por extorsão. Após passar mais de um mês nas ruas, ela se entregou à polícia na semana passada. O trio ganhou liberdade entre outubro e novembro do ano passado. Os documentos falsos eram emitidos em nome da Justiça Federal.