Motoboys têm sofrido com a alta de preços dos combustíveisFoto enviada ao Zap Zap, o WhatsApp do Meia Hora
Por Yuri Eiras
Publicado 09/03/2021 10:57
Rio - Entregadores e motoristas de aplicativo fazem uma manifestação no fim da manhã desta terça-feira (9), no Centro do Rio. O protesto é contra o aumento dos combustíveis e a falta de suporte por parte das empresas, como Uber e Ifood. O litro da gasolina já subiu mais de 50% em 2021, e a Petrobras elevou o preço pela sexta vez desde janeiro. São esperados cerca de 5 mil trabalhadores.
O protesto está programado para sair às 11h10 da Cinelândia até a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na Praça XV. Motoboys já se encaminham para o Centro, e a Linha Amarela já tem retenções. A Polícia Militar informou que a RECOM e Guarda Municipal estão em apoio ao ato.
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Carlos Eduardo da Silva, representante dos motoboys, espera pelo menos 3 mil manifestantes de sua categoria. "O povo está revoltado, não aguentamos mais trabalhar para botar gasolina para sustentar nossa família. Ou a gente sustenta nossa família, ou a gente coloca a gasolina", disse o motociclista. Segundo seus cálculos, atualmente quase 50% dos ganhos feitos com as entregas são gastos com combustível.
"O gasto varia, mas, sendo otimista, eu ganho R$ 800 em uma semana, gasto mais de R$ 300 só com gasolina. Fora a manutenção da motocicleta, que sofre demais com os buracos da cidade", comenta Carlos Eduardo. "Temos relatos de colegas que arriaram o capacete no chão (deixaram de trabalhar) porque não dava mais para manter o sustento".
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Taxa de ICMS é principal pauta da manifestação
Os motoristas de aplicativo também têm sofrido com os gastos. Luiz Corrêa, que trabalha de Uber, fundou há pouco mais de um mês o Sindicato dos Motoristas de Aplicativo (Sindmobi), para unir a categoria em prol de melhorias. 
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"O foco principal da nossa manifestação é a baixa do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). A gente paga hoje 34% de ICMS no estado do Rio, o maior do país. Comparado a São Paulo, a maior capital, eles pagam 25%. E, 80% do petróleo é produzido no Rio de Janeiro. Pagamos um imposto absurdo", reclama o presidente do sindicato. O valor pago pela Uber, cada vez mais baixo, também é uma reclamação dos trabalhadores.
"O que tem acontecido com a alta dos combustíveis é a gente não conseguir mais trabalhar. De 2016 para cá, os aplicativos não aumentaram o valor do km. Só abaixaram, por conta de promoções, e quem as paga são os prestadores de serviço. Está ficando inviável. Hoje, recebemos R$ 1,09 pelo km. Com a promoção, às vezes o km vai para R$ 0,80", explica Corrêa.
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"Amigos fazem 12h de trabalho por R$ 200 reais. Mas este é o valor bruto. Com todos os custos, o prestador de serviço às vezes tira apenas R$ 40 desses R$ 200. A quantidade de pessoas que pedem ajuda é impressionante. Não tem mais condições de trabalhar assim", desabafa o representante.
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