Publicado 10/03/2021 15:16 | Atualizado 10/03/2021 15:57
Rio - Especialistas que participam do comitê científico da prefeitura são a favor de que o município mantenha as medidas restritivas anunciadas na semana passada. Um novo boletim epidemiológico será publicado na próxima sexta (12), e há expectativa para saber se o mapa do risco de contágio na cidade se tornou mais grave. A ocupação de leitos de UTI Covid no Rio passa de 90%.
A prefeitura divulgará, na próxima sexta-feira, se renova por mais sete dias as medidas criadas. A principal delas, de restringir o funcionamento dos bares e restaurantes até 17h, causou polêmica: uma liminar chegou a liberar o fechamento somente às 20h, mas a Justiça do Rio derrubou e retornou o horário para as 17h. Nos dias seguintes, donos de estabelecimentos chegaram a fazer manifestações pedindo o afrouxamento das regras. Apesar dos protestos, a avaliação dos especialistas do conselho científico da prefeitura é de que o endurecimento foi correto e deve ser mantido.
Para o médico infectologista Alberto Chebabo, as restrições que estão em vigor não farão cair a taxa de casos graves, internações e óbitos. Mas diante do quadro no Brasil, não fazê-las aumentar já será significativo. "As medidas restritivas são tímidas. Não que elas não sejam necessárias. São, sim. Mas observar queda, acho que não. Devemos observar um não aumento. São medidas que vão permitir que a gente consiga evoluir nas próximas semanas", comentou o infectologista, que faz parte do comitê científico.
"A gente continua tendo os mesmos indicadores do que tínhamos na semana passada, e não vejo motivo de a gente, agora, afrouxar. Não houve melhora dos dados. Não tem justificativa de regredir", disse Chebabo. A opinião é compartilhada por outros sanitaristas e infectologistas do conselho.
Segue em vigor, além do fechamento mais cedo de bares, o fechamento total de quiosques e comércios ambulantes na praia, e a proibição de permanência de pessoas na rua entre 23h e 5h.
Chegada de novas doses 'em cima da hora' quase evitou interrupção de vacinação
Novas remessas da Coronavac/Instituto Butantan que chegaram entre terça e quarta-feira no Rio permitiram a continuidade do plano de imunização. Nesta quarta, 56 mil doses da produção chinesa foram enviadas à capital. Os novos lotes vão garantir a vacinação até o próximo sábado, quando serão vacinados idosos de 75 anos ou mais. Mas pela manhã, devido ao grande fluxo de idosos, chegou a faltar vacinas em postos de saúde da Zona Norte.
Há ainda um estoque de reserva na cidade, que só deve ser usado em momentos emergenciais. O secretário estadual de Saúde, Carlos Chaves, espera receber outra remessa na próxima terça.
Chebabo avalia que a programação do município é boa, mas a lentidão federal na entrega das doses prejudica a continuidade. "A vacinação no Rio merece elogios, tem sido elogiada. Temosbastante áreas pra vacinação na cidade e a gente tem conseguido vacinar. O problema maior não é estrutura, é a falta de vacinas, a lentidão e a insegurança. Se amanhã vai ter vacina para vacinar depois de amanhã".
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