Publicado 19/03/2021 12:11
Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez um apelo ao Governo Federal na manhã desta sexta-feira para que disponibilize os leitos da rede federal na cidade do Rio para que sejam regulados pelo Estado. Paes reforçou que a capital não precisa de hospitais de campanha e classificou o uso deste tipo de equipamento no ano passado como "genocídio". O secretário municipal de Saúde disse que o Rio tem o maior número de pessoas internadas em CTI desde o início da pandemia.
Paes disse que no momento há entre 300 e 350 leitos da rede federal que poderiam ser abertos na cidade. "Fica o apelo ao ministro da Saúde para que a rede federal possa abrir e colocar na regulação estadual os leitos federais existentes no Rio de Janeiro. Ninguém precisa fazer hospital de campanha no Rio de Janeiro. Sempre foi desnecessário", completou.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Prefeitura do Rio, a cidade está com 653 pessoas internadas em UTIs, 679 leitos operacionais e 776 leitos de capacidade instalada.
A Prefeitura está próxima, segundo o prefeito, de chegar a 100% de abertura dos leitos municipais. Paes disse que negocia com o Ministério da Saúde a disponibilização do Hospital da Lagoa e de Ipanema para abertura de novos leitos com a Prefeitura e o Governo do Estado com apoio da iniciativa privada. "São hospitais prontos, preparados, com toda a infraestrutura para colocar recursos humanos e abrir os leitos", afirmou Paes.
O secretário municipal de Saúde informou que a rede federal tem 800 leitos com potencial de abertura, fechados por falta de recursos humanos. Soranz disse que o ministério se comprometeu a abrir 80 leitos imediatamente. "A negociação agora é para que eles abram mais 300 leitos. Talvez um hospital inteiro da rede federal ou parte de dois grandes. São leitos recém-reformados, de muita qualidade, que melhoraria muito o desempenho clínico", reforçou o secretário municipal de Saúde.
'Hospital de campanha foi genocídio'
Diante da capacidade total de leitos de UTI na cidade, Paes chamou a abertura de hospitais de campanha de "maluquice", "equívoco" e "genocídio".
"Nós tivemos um genocídio no primeiro semestre do ano passado em que as pessoas não encontravam leito de UTI. Era porque enquanto tinha um monte de leito fechado, estavam abrindo hospital de campanha, que demorou a ficar pronto", afirmou o prefeito.
"Mesmo no auge da pandemia com hospitais de campanha, a gente não tinha a quantidade de leitos de UTI que a gente tem hoje. Estamos com a maior capacidade instalada desde o início da pandemia", afirmou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, durante apresentação do 11º boletim epidemiológico de covid-19, no Centro de Operações da Prefeitura.
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