Publicado 31/03/2021 09:40
Rio - Passageiros enfrentaram um tempo de espera maior e ônibus mais cheios nesta quarta-feira. Isso aconteceu por conta do número menor de coletivos que rodavam na cidade. A medida foi uma determinação da Prefeitura do Rio que permitiu que as empresas diminuíssem sua frota para, no mínimo, 80% durante o feriadão emergencial motivado pelo aumento de casos de Covid-19. No entanto, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) voltou atrás da decisão e informou que enviou um ofício comunicando às empresas para retomar a circulação da frota em sua capacidade total já a partir de hoje até sexta-feira.
Segundo a SMTR, a mudança ocorreu depois de uma análise operacional dos primeiros dias de recesso sanitário, quando foi notado um movimento menor de passageiros. A Pasta suspendeu a decisão depois de analisar que a redução não atenderia as necessidades dos usuários.
Os passageiros que precisaram de ônibus nesta manhã não aprovaram a redução. Rodrigo Macedo, gestor ambiental, de 39 anos, saiu de Jacarepaguá, na Zona Oeste, para o Centro do Rio e enfrentou dificuldades no trajeto. Segundo ele, desde o início do recesso, tem notado uma espera maior e veículos mais cheios.
"Estou tendo muita dificuldade que pegar o 306 por conta dessa diminuição da frota. Eu uso um aplicativo que me indica o tempo de saída da linha que antes era de dez em dez minutos, agora o intervalo é a cada 30 minutos. O ônibus vem cheio e eu só consigo pegar ele mais vazio porque troquei o horário que saio de casa", explica.
O mesmo problema é relatado pela operadora de vendas Gabriele. A jovem, de 21 anos, mora em Bangu, na Zona Oeste e conta que os ônibus seguem lotados.
"Tem poucos ônibus na linha, a estrada está vazia, mas os ônibus estão lotados. Eu chegava no ponto e sempre tinha ônibus, agora demora de 20 a 30 minutos, preciso sair de casa meia hora antes" explica ela, que não informou o sobrenome porque seu ônibus chegou no meio da entrevista ao DIA.
O presidente da Comissão de Transportes da Alerj, deputado Dionísio Lins, informou que vai oficiar hoje a SMTR para prestar esclarecimentos sobre o motivo e baseado em que estudo autorizou a redução da frota de ônibus na cidade.
"Os decretos do governador e do prefeito tem a finalidade reduzir o número de pessoas nas ruas, mas muitas delas trabalham em locais essenciais e utilizam o transporte público para se locomover. Reduzir a frota é como trocar seis por meia dúzia. Nesse momento o importante é que a oferta seja maior que a procura, evitando assim as aglomerações que vemos diariamente nos pontos e plataformas. Até quando os usuários serão tratados como gado?", indagou.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.