Publicado 05/04/2021 08:37 | Atualizado 05/04/2021 08:57
Rio - "Tirou um pedaço da gente", lamentou Silvana, mãe da jovem que morreu após ser baleada, no domingo (4), em um assalto dentro de um trem da estação de Sampaio, na Zona Norte do Rio. Silvana contou que Jéssica Santos, 25 anos, estava indo trabalhar quando foi atingida por um tiro. O corpo da jovem está no Instituto Médico Legal (IML), na manhã desta segunda-feira, aguardando liberação.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, Silvana desabafou sobre a morte da filha. "Ele feriu o coração de uma mãe, feriu o coração de um pai e dois irmãos e do esposo dela. Ele feriu, tirou um pedaço da gente. Mas eu creio que ela está em um bom lugar. Deus me deu e Deus levou, isso eu tenho certeza. Fora do tempo, mas ela está nos braços do Pai".
Na entrevista, a família contou que durante a pandemia Jéssica estava trabalhando como cuidadora de idosos. No domingo, ela estava de plantão na casa de uma família na Tijuca, na Zona Norte do Rio. A jovem morava em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, tinha saído de casa por volta das 5h30, e pegou o trem do ramal de Japeri. Jéssica havia se formado no fim do ano passado e sonhava em trabalhar como enfermeira na Marinha.
Segundo testemunhas, criminosos entraram no vagão que Jessica estava e anunciaram o assalto. Um policial à paisana reagiu e houve uma troca de tiros. A técnica de enfermeira foi atingida na axila e passageiros que estavam na mesma composição tentaram socorrê-la fazendo uma reanimação. Ela chegou a ser levada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte, mas não resistiu.
Procurada pelo DIA, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) instaurou inquérito para apurar a morte de Jéssica. Dois criminosos foram presos e dois fugiram.
O assalto aconteceu por volta de 7h, no trem que seguia de Japeri para a Central do Brasil. Outro homem informou ter se ferido, mas dispensou atendimento médico. Dos quatro assaltantes, dois conseguiram fugiram. Outros dois foram baleados, um deles foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu aos ferimentos. O outro está internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Engenho Novo.
Em nota, a SuperVia destacou que lamenta profundamente o ocorrido e que a violência observada em todo o estado atinja também o sistema ferroviário, colocando em risco os seus milhares de clientes e os seus colaboradores.
De acordo com a empresa, apenas nos primeiros três meses de 2021, já foram registrados seis casos de tiroteios que prejudicaram a operação por mais de 11 horas. Durante todo o ano de 2020, foram contabilizados 36 casos de tiroteios nas proximidades da linha férrea, que afetaram a circulação dos trens por 40 horas e 24 minutos.
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