Monique conversa com prima sobre medo constante que Henry sentia, mas omite agressõesReprodução
Por Bruna Fantti
Publicado 12/04/2021 10:08
Rio - Mensagens trocadas entre Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, com sua prima, pediatra, mostram o quanto Henry Borel, 4, estava sofrendo nas mãos do casal. Vômitos e medo constante passaram a fazer parte da rotina da criança. No entanto, Monique omite, mais uma vez, as agressões praticadas ao menino por Jairo Souza, o vereador Jairinho.
Seis dias após a babá relatar que Henry estava mancando, e de ter dito que os ferimentos foram causados por agressões do padrasto, Monique envia uma mensagem à prima. As informações foram veiculadas nesta segunda-feira, pelo jornal Extra, e confirmadas pelo DIA, que teve acesso às mensagens originais.
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Às 16h53 do dia 18 de fevereiro, Monique escreveu para a pediatra: "Henry está com medo excessivo de tudo, tem um medo intenso de perder os avós, está tendo um sofrimento significativo e prejuízos importantes nas relações sociais, influenciando no rendimento escolar e na dinâmica familiar. Disse até que queria que eu fosse pro céu pra morar com meus pais, em Bangu".
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Em seguida, relata o terror da criança com a presença de Jairinho. "(Henry) diz que está com sono, que quer dormir e não olha para ele. Nunca dormiu sozinho, mas antes ficava no quarto esperando irmos ao banheiro ou levar um lanche, agora se recusa a ficar sozinho, não tem apetite, está sempre prostrado, olhando para baixo, noites inquietas com muitos pesadelos e acordando o tempo inteiro. Chora o dia todo".
Os sintomas da criança são parecidos com os relatados pela filha de N.O.M, ex-amante de Jairinho. Em depoimento à polícia, a filha relatou que era agredida por Jairinho, e que queria ficar somente com a avó. As agressões ocorreram em diversos momentos e começaram quando a criança tinha três anos de idade. Ela lembra de ter sido quase afogada pelo namorado da mãe.
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Na conversa, Monique não fala que Henry relatou que Jairinho o bateu, ou que, por isso, teve de ir ao hospital buscar atendimento médico para o joelho esquerdo da criança, que mancava ao andar. Fala que procurou uma psicóloga. Em depoimento, ela disse que o atendimento com a psicóloga foi para ajudar Henry no processo de transição de núcleo familiar, já que a separação com o genitor do menino era recente.
A prima, aconselha: "Acho que agora no início poderia ser ( consulta) duas vezes por semana. Neuro e psiquiatra, não. Infelizmente isso é comum".
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Dezoito dias depois, a criança foi morta, com mais de 20 lesões, dentro do apartamento. Monique e Jairinho estão presos, suspeitos de assassinato de Henry Borel. Eles negam e insistem na versão de acidente doméstico.
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